sábado, 30 de julho de 2011

TRANSLUCÊNCIA NUCAL

A translucência nucal é uma medida fetal realizada em determinada época da gestação para rastrear cromossomopatias de maneira não invasiva.
É uma metodologia desenvolvida por Kypros Nicolaides, um pesquisador grego, radicado na Inglaterra, no King’s College Hospital Medical School de Londres.

Os trabalhos iniciais foram realizados no inicio da década de 90 e foram muito importantes para introduzir um método não invasivo de rastreamento de cromossomopatias. Até esta época, somente métodos invasivos eram utilizados, como a biopsia de vilo corial e a amniocentese.

Com o tempo, a translucência nucal mostrou-se um método eficiente para rastrear cromossomopatias.
Além disso, pode substituir em parte os métodos invasivos, já que há um risco de perda gestacional utilizando estes métodos, ao redor de 0,5 a 1,0%.

As cromossomopatias são responsáveis por várias malformações fetais, apresentando uma alta mortalidade perinatal ou deficiência mental na infância.

Deste modo, a ultrassonografia é de grande valor como método diagnóstico para se rastrear cromossomopatias.

Sem dúvida, a medida da translucência nucal entre 10 e 14 semanas de gestação é um dos marcadores cromossômicos preferenciais.

A translucência nucal é medida através da ultrassonografia transabdominal e somente uma pequena porcentagem necessita estudo pela via transvaginal.

Qualquer equipamento de ultrassonografia de boa resolução pode ser utilizado para realizar a medição.
O tempo de exame para se fazer a medida da TN é relativamente pequeno se for realizada por um ultrassonografista experiente.

TÉCNICA PARA A MEDIDA DA TRANSLUCÊNCIA NUCAL

- Tempo de gestação: 10 a 14 semanas (CCN entre 4 a 8 cm).
- Aumentar a imagem no monitor do equipamento (o feto deve ocupar cerca de 75% da tela).
- Deve-se obter um corte sagital do feto (o mesmo que se obtém para medir o CCN).
- Atenção ao observar a região nucal, descartando a possibilidade de confusão com a membrana amniótica.
- Mede-se espessura máxima do espaço hipoecogênico (translucência) entre a pele e o tecido celular subcutâneo que recobre a coluna cervical posteriormente.
- A medida normal obtida é de até 2,5 mm.
- Medidas acima de 2,5 mm são suspeitas para cromossomopatias.
- Muito cuidado na colocação dos medidores (que pode ser fonte de erros).

- Deve-se repetir a medição 3 vezes para minimizar os erros.

A translucência nucal está presente em todos os fetos entre 10 e 14 semanas e geralmente desaparece espontaneamente com o passar do tempo.
A TN anormal é o melhor e mais precoce método de rastreamento de aneuploidias que temos à disposição hoje.
- Tem somente 5% de falsos positivos.
- Tem 86% de sensibilidade para detecção das principais anomalias cromossômicas (as trissomias).
- Tem 95% de especificidade.
- Quanto maior a TN, maior a incidência de cromossomopatias.
TN = 2,5mm - incidência 5 vezes maior.
TN > 2,5mm - incidência 24 vezes maior.
- Quando a TN for maior que 4 mm e o cariótipo é normal, não há cromossomopatia, mas é importante observar malformações outras, como defeitos cardíacos, hérnia diafragmática, onfalocele, anomalias genéticas, etc.

AVALIAÇÕES SUBSEQUENTES DO EDEMA NUCAL
Entre 15 e 21 semanas pode-se utilizar a medida do espessamento nucal ou prega nucal para continuar o rastreamento ultra-sonográfico de cromossomopatias.
O corte ultra-sonográfico é semelhante ao obtido para medida do DBP, com uma ligeira inclinação inferior do transdutor na extremidade occipital, até que se evidenciem os 2 hemisférios cerebelares e a cisterna magna. Este é o plano de corte adequado para a medição da prega nucal que é realizada na região occipital entre a calota craniana e a pele. Medidas obtidas até 6 mm são normais. Medidas obtidas acima de 6 mm são consideradas suspeitas de feto portador de cromossomopatia.
É importante ressaltar que tanto a T.N. como o espessamento nucal tem como objetivo, selecionar as gestantes com maior risco de cromossomopatias, selecionando-as para uma eventual pesquisa invasiva, ou seja, uma biópsia de vilo coriônico ou uma amniocentese, que objetivam a obtenção do cariótipo fetal para o diagnóstico definitivo.
É importante lembrar que durante toda a gestação das pacientes de maior risco, deve-se realizar a ultra-sonografia morfológica fetal de rotina para rastreamento de malformações que são freqüentemente encontradas em cromossomopatias.
De todo modo, sabe-se que mais de dois terços dos casos ocorrem em gestações sem risco conhecido, evidenciando a importância de se realizar rastreamento de cromossomopatias em todas as gestações.
Além disso, sabe-se que a acuracidade da medida da TN é superior à avaliação bioquímica realizada no 2º trimestre da gestação (alfafetoproteina, betaHCG, estriol e proteína plasmática associada à gestação).

Um comentário:

  1. a bb da minha irma ta com 13 semanas!!
    A TR 16.6 MMa possibilidades ter problema no bb no amanha?

    ResponderExcluir