sábado, 30 de julho de 2011

TRANSLUCÊNCIA NUCAL

A translucência nucal é uma medida fetal realizada em determinada época da gestação para rastrear cromossomopatias de maneira não invasiva.
É uma metodologia desenvolvida por Kypros Nicolaides, um pesquisador grego, radicado na Inglaterra, no King’s College Hospital Medical School de Londres.

Os trabalhos iniciais foram realizados no inicio da década de 90 e foram muito importantes para introduzir um método não invasivo de rastreamento de cromossomopatias. Até esta época, somente métodos invasivos eram utilizados, como a biopsia de vilo corial e a amniocentese.

Com o tempo, a translucência nucal mostrou-se um método eficiente para rastrear cromossomopatias.
Além disso, pode substituir em parte os métodos invasivos, já que há um risco de perda gestacional utilizando estes métodos, ao redor de 0,5 a 1,0%.

As cromossomopatias são responsáveis por várias malformações fetais, apresentando uma alta mortalidade perinatal ou deficiência mental na infância.

Deste modo, a ultrassonografia é de grande valor como método diagnóstico para se rastrear cromossomopatias.

Sem dúvida, a medida da translucência nucal entre 10 e 14 semanas de gestação é um dos marcadores cromossômicos preferenciais.

A translucência nucal é medida através da ultrassonografia transabdominal e somente uma pequena porcentagem necessita estudo pela via transvaginal.

Qualquer equipamento de ultrassonografia de boa resolução pode ser utilizado para realizar a medição.
O tempo de exame para se fazer a medida da TN é relativamente pequeno se for realizada por um ultrassonografista experiente.

TÉCNICA PARA A MEDIDA DA TRANSLUCÊNCIA NUCAL

- Tempo de gestação: 10 a 14 semanas (CCN entre 4 a 8 cm).
- Aumentar a imagem no monitor do equipamento (o feto deve ocupar cerca de 75% da tela).
- Deve-se obter um corte sagital do feto (o mesmo que se obtém para medir o CCN).
- Atenção ao observar a região nucal, descartando a possibilidade de confusão com a membrana amniótica.
- Mede-se espessura máxima do espaço hipoecogênico (translucência) entre a pele e o tecido celular subcutâneo que recobre a coluna cervical posteriormente.
- A medida normal obtida é de até 2,5 mm.
- Medidas acima de 2,5 mm são suspeitas para cromossomopatias.
- Muito cuidado na colocação dos medidores (que pode ser fonte de erros).

- Deve-se repetir a medição 3 vezes para minimizar os erros.

A translucência nucal está presente em todos os fetos entre 10 e 14 semanas e geralmente desaparece espontaneamente com o passar do tempo.
A TN anormal é o melhor e mais precoce método de rastreamento de aneuploidias que temos à disposição hoje.
- Tem somente 5% de falsos positivos.
- Tem 86% de sensibilidade para detecção das principais anomalias cromossômicas (as trissomias).
- Tem 95% de especificidade.
- Quanto maior a TN, maior a incidência de cromossomopatias.
TN = 2,5mm - incidência 5 vezes maior.
TN > 2,5mm - incidência 24 vezes maior.
- Quando a TN for maior que 4 mm e o cariótipo é normal, não há cromossomopatia, mas é importante observar malformações outras, como defeitos cardíacos, hérnia diafragmática, onfalocele, anomalias genéticas, etc.

AVALIAÇÕES SUBSEQUENTES DO EDEMA NUCAL
Entre 15 e 21 semanas pode-se utilizar a medida do espessamento nucal ou prega nucal para continuar o rastreamento ultra-sonográfico de cromossomopatias.
O corte ultra-sonográfico é semelhante ao obtido para medida do DBP, com uma ligeira inclinação inferior do transdutor na extremidade occipital, até que se evidenciem os 2 hemisférios cerebelares e a cisterna magna. Este é o plano de corte adequado para a medição da prega nucal que é realizada na região occipital entre a calota craniana e a pele. Medidas obtidas até 6 mm são normais. Medidas obtidas acima de 6 mm são consideradas suspeitas de feto portador de cromossomopatia.
É importante ressaltar que tanto a T.N. como o espessamento nucal tem como objetivo, selecionar as gestantes com maior risco de cromossomopatias, selecionando-as para uma eventual pesquisa invasiva, ou seja, uma biópsia de vilo coriônico ou uma amniocentese, que objetivam a obtenção do cariótipo fetal para o diagnóstico definitivo.
É importante lembrar que durante toda a gestação das pacientes de maior risco, deve-se realizar a ultra-sonografia morfológica fetal de rotina para rastreamento de malformações que são freqüentemente encontradas em cromossomopatias.
De todo modo, sabe-se que mais de dois terços dos casos ocorrem em gestações sem risco conhecido, evidenciando a importância de se realizar rastreamento de cromossomopatias em todas as gestações.
Além disso, sabe-se que a acuracidade da medida da TN é superior à avaliação bioquímica realizada no 2º trimestre da gestação (alfafetoproteina, betaHCG, estriol e proteína plasmática associada à gestação).

ULTRA-SONOGRAFIA MORFOLÓGICA FETAL

A ultra-sonografia é o método de diagnóstico por imagem de escolha para detecção e rastreamento de anomalias fetais. É sem dúvida alguma, o melhor método.

A morfologia fetal pode ser estudada detalhadamente e quanto maior o desenvolvimento tecnológico dos equipamentos de ultra-sonografia, melhor a resolução de imagens e por conseguinte, diagnósticos mais exatos e precisos são obtidos.
Além de equipamentos adequados e de alta resolução, é necessário que o examinador seja experiente e treinado para se chegar à otimização diagnóstica.

A ultra-sonografia morfológica fetal nada mais é do que a sistematização dos exames ultra-sonográficos durante o transcorrer da gestação, de maneira a fornecer informações precisas sobre o feto e o seu bem estar, a cada momento do exame, isto é, a cada fase da gestação, no primeiro trimestre, no segundo e no terceiro trimestres.

Estas informações são valiosíssimas para a conduta do obstétra e por isso tem que ser exatas e de boa qualidade.

A metodologia de exames descrita a seguir é fruto de minha experiência como ultra-sonografista e segue uma sequência que considero ser a mais adequada para o seguimento de uma gestação.

INDICAÇÕES DO EXAME MORFOLÓGICO

• Antecedentes familiares: mãe com história anterior de feto malformado.
• Afecções anteriores: patologias maternas, indução de ovulação, riscos de contaminação viral ou parasitária, uso de medicamentos potencialmente teratogênicos.
• Afecções atuais: sangramento de primeiro trimestre, altura uterina anormal, polihidramnia, oligodramnia.
• Achados ultra-sonográficos: polihidramnia, oligodramnia, movimentos fetais anormais.
• Alterações do ritmo cardíaco fetal.
• Dosagens séricas maternas alteradas: alfa-feto-proteina, beta-hcg, estriol livre.

EXAME MORFOLÓGICO DA GESTAÇÃO

São necessários pelo menos 5 exames nas seguintes idades:

• SETE SEMANAS: O primeiro exame que a gestante deve realizar. Ele é excelente para detectar a gestação, avaliar o sítio de implantação do ovo, avaliar a normalidade da gestação, avaliar batimentos cardíacos do embrião, detectar gestação múltipla uni ou bi-vitelínica e muito importante, determinar se a gestação é intra-uterina ou ectópica.

• DEZ A CATORZE SEMANAS: Avaliação morfológica do final do primeiro trimestre e início do segundo trimestre. Neste período é avaliada a translucência nucal, que é um marcador de cromossomopatias. Medidas maiores que 3 mm são consideradas suspeitas e um cariótipo fetal deve ser obtido. Também nesta fase, pode se avaliar o ducto venoso, com o doppler espectral, para rastreamento de anomalias cardíacas.
Algumas malformações já podem ser identificadas nesta faixa de idade como a anencefalia, amelia, gastrosquise e a onfalocele.

• VINTE SEMANAS: Nesta fase da gestação podemos fazer uma melhor avaliação da vitalidade fetal, através dos batimentos cardíacos e dos movimentos espontâneos fetais.
É nesta faixa de idade que devemos avaliar o esqueleto apendicular com maior rigor, já que nesta fase existe proporcionalmente um “poli-hidrâmnio” transitório que permite uma visualização melhor dos membros superiores e inferiores do feto. Também nesta fase, até 21 semanas, podemos utilizar um outro “rastreador” de cromossomopatias, o espessamento nucal ou prega nucal (normal até 6 mm). Quando a medida da prega nucal está acima de 6 mm, deve-se continuar a investigação com o exame de cariótipo.
Também nesta fase pode-se diagnosticar o sexo fetal com maior precisão.
Já podemos identificar mais anomalias do sistema nervoso central, como hidrocefalia, holoprosencefalia, encefaloceles, além de higromas císticos na região cervical e massas torácicas ou abdominais.

• VINTE E OITO SEMANAS: Nesta fase, continuamos sempre com muita atenção para malformações e também atentos ao bem estar fetal, avaliando batimentos cardíacos, movimentos respiratórios e movimentos espontâneos do feto. É nesta fase que o sofrimento fetal pode evoluir para um crescimento intra-uterino restrito, principalmente o simétrico que pode se instalar nesta fase. O assimétrico tem aparecimento mais adiante, ao redor de 32 semanas ou mais. Importante aqui, avaliar a placenta e o líquido amniótico. A placenta “baixa” diagnosticada no início do segundo trimestre, deve ser avaliada com 28 semanas. Se ela permanecer “baixa”, deve ser então classificada como prévia. Quanto ao líquido amniótico, devemos fazer o cálculo do ILA (índice de líquido amniótico). O normal é ao redor de 8 a 25 cm. É importante lembrar que a polihidramnia pode estar associada com malformações fetais, principalmente do sistema nervoso central e do sistema gastro-intestinal e a oligodramnia pode estar associada com malformações do sistema genito-urinário. Além disso, a oligodramnia pode estar associada a um sofrimento fetal agudo ou crônico e deve ser sempre relatada. Comumente, os retardos de crescimento se acompanham de oligodramnia. A oligodramnia pode dificultar muito o exame, já que as várias estruturas não tem muito líquido ao redor para individualizá-las ou contrastá-las. Outro parâmetro que passa a ser importantíssimo na avaliação fetal é o peso. O peso fetal deve ser avaliado a partir da vigésima quarta semana.

• TRINTA E SEIS SEMANAS: É uma fase perfeita para se avaliar o desenvolvimento geral do feto, avaliar com maior precisão algumas regiões fetais e detectar anomalias existentes. O coração fetal nesta fase encontra-se com um tamanho excelente para avaliação das 4 câmaras e detecção de algumas anomalias.
Podemos também avaliar os núcleos ósseos de crescimento como as epífises distais do fêmures e proximais das tíbias.
Nesta fase visualizamos perfeitamente a face fetal e eventuais malformações.
O cordão umbilical já é bem visualizado desde o início do segundo trimestre, mas neste período é particularmente fácil a sua avaliação já que se encontra calibroso. A presença de artéria única no cordão pode estar associada com cromossomopatias e um rastreamento total do feto à procura de anomalias, deve ser realizado.
Como a paciente nesta fase se encontra próxima do termo, é muito importante o cálculo do peso fetal.

• MAIS DE TRINTA E SEIS SEMANAS: Como avaliação de rotina pode não ser mais necessária, a não ser nos casos suspeitos de sofrimento fetal, retardos de crescimento, trabalhos de parto prematuros, roturas prematuras de bolsa amniótica e outras intercorrências.


LIMITAÇÕES DO EXAME ULTRA-SONOGRÁFICO OBSTÉTRICO

• Obesidade da paciente.
• Oligodramnia significativa.
• Posição do feto.
• Examinador inexperiente.
• Equipamento inadequado.
• Exame realizado muito rapidamente.
• Gestação múltipla (acima de 2 fetos).

IMPORTANTE
Todas as eventuais malformações encontradas nos exames ultra-sonográficos devem ser detalhadamente descritas em um relatório que se constituirá na documentação que a paciente precisa ao ser encaminhada ao seu médico e eventualmente a um centro de referência em medicina fetal.

Gonadotrofina Coriônica Humana - BETA HCG

A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é uma glicoproteína hormonal produzida pelas células trofoblásticas sinciciais nos líquidos maternos. No início da gravidez as concentrações de hCG no soro e na urina da mulher aumentam rapidamente, sendo um bom marcador para testes de gravidez. Sete a dez dias após a concepção, a concentração de hCG alcança 25 mUI/mL e aumenta ao pico de 37.000-50.000 mUI/mL entre oito e onze semanas. É o único hormônio exclusivo da gravidez, fazendo com que o teste de gravidez pela análise de hCG tenha acerto de quase 100%. É o único exame que comprova exatamente a gravidez. Funções no Organismo - A principal função é manter o corpo lúteo (corpo formado por uma deposição de lipídio no folículo do qual saiu o ovócito secundário para a ovulação). O corpo lúteo secreta dois hormônios: a Progesterona e o Estrógeno. A função da hCG é manter o corpo lúteo no ovário durante o primeiro trimestre da gestação.
   
Um teste de gravidez é um teste para determinar se uma mulher está ou não grávida.A maior parte dos testes químicos para gravidez busca pela presença da subunidade beta da hCG (gonadotrofina coriônica humana) no sangue ou urina. A hCG, um hormônio produzido durante a formação da placenta, pode ser detectada no sangue ou urina após a fertilização, ou seja, após a fecundação do ovulo pelo espermatozóide.As células do embrião responsáveis pela segregação de hCG são as células do sincíciotrofoblasto.

O precursor do teste de gravidez era realizado na urina de mulheres provavelmente grávidas. Chamado Reação de Galli Mainini, consistia em injetar a urina a ser examinada no abdome de um sapo e colher a urina do mesmo após alguns minutos. Havendo presença de espermatozóides, o resultado era considerado positivo. Esse exame foi substituído pela aglutinação de látex sensível, chamada Planotest.

O teste de gravidez através da urina nao pode ser tão confiavel pelo fato de que outras patologias podem estimular o HCG, a melhor forma de confirmar a gravidez é exames de sangue após do décimo dia da provavel fecundação.

Hoje já existem diversas maneiras de você tirar a dúvida que assola milhares de mulheres que estão com a menstruação atrasada, é ou não é gravidez? Um dos testes que você pode fazer para descobrir é o que detecta a presença do hormônio HCG (hormona gonadotrofina coriónica). Este é um hormônio produzido pouco depois da fixação do embrião na parede do útero; ele é liberado pela placenta.

Este teste é o segundo mais utilizado e se chama beta HCG. O primeiro é o teste de urina e depois vem este que se faz pela coleta do sangue. O de urina tem a comodidade de ser feito em casa; já o beta HCG tem que ser feito no laboratório de análises.

A diferença entre os testes – já que os dois detectam o hormônio HCG é que o de sangue você saberá se está grávida e qual é o estágio da sua gravidez. Para isso existem dois tipos de testes de beta HCG, o qualitativo que é igual ao teste de urina e só diz se você está grávida ou não; e o quantitativo que indica o estágio da sua gravidez.

O hormônio HCG é encontrado durante todo o ciclo menstrual da mulher. A gravidez só se dá quando o valor encontrado do HCG é acima de 5; a partir daí se diz que o resultado é positivo para gravidez.
Alguns médicos preferem até mesmo que você repita o testes nos próximos dois dias seguintes ao primeiro. Assim, com a comparação dos dados, o médico pode compreender muito mais facilmente com o a sua gravidez vai se desenrolar.

Geralmente quando há gravidez, o número do beta HCG duplica a cada 48 horas; por isso o pedido de exames a cada dois dias. Assim o médico pode ver se está tudo caminhando corretamente com a gravidez, já que números muito baixos podem indicar problemas na gestação, e quanto mais cedo for diagnosticado, melhor.

Alguns relatos dizem que a melhor época para fazer o exame é geralmente 10 dias após a fecundação, já que é a partir deste momento que a quantidade de hormônio está mais alta. Caso obtenha negativo, tente repetir o exame alguns dias depois; é preciso que o beta HGC esteja em grande quantidade no sangue para que seja detectado e confirmada a gravidez.

O nível de Beta-HCG no sangue, indicativo de gravidez, é atingido de 7 a 10 dias após a fecundação.
O período fértil da mulher é no meio do ciclo menstrual – entre o 11º ao 17º dia – (considerando-se mulheres com ciclo regular de 28 dias). Essas variações biológicas no período fértil podem somar até 7 dias. Assim, resultados mais confiáveis somente podem ser obtidos após 14 dias da fecundação. Portanto, resultados negativos obtidos antes desse período ou em mulheres com ciclos irregulares devem ser confirmados com novos exames. Resultados positivos nos primeiros dias de gravidez devem ser confirmados pela evolução clínica, uma vez que podem ocorrer abortos espontâneos e imperceptíveis nesta fase da gestação.

Resultados abaixo  de 25 mUI/ml são considerados  inconclusivos , ou seja, para ter certeza quanto a presença ou ausência da gravidez o exame deverá ser repetido após 2 a 3 dias desta dosagem ou a critério do seu médico.

Alguns tumores de testículo produzem este hormônio, que pode ser usado como marcador tumoral para acompanhamento do tratamento e prognóstico da doença.

BETA HCG

Coleta: Jejum não obrigatório.

Uso: teste de determinação de gravidez (em situações normais); monitoramento de inseminação artificial ou fertilização em vitro; diagnóstico e monitoramento de tumores trofoblásticos gestacionais; teste de triagem pré-natal para síndrome de Down; diagnóstico de gravidez ectópica na diferenciação de outras causas de dor aguda abdominal; diagnóstico e acompanhamento de aborto espontâneo. O HCG é um hormônio protéico produzido pela placenta e células trofoblásticos, composto de subunidades alfa e beta. A subunidade alfa está presente em outros hormônios, enquanto que a beta está presente exclusivamente no HCG.

A secreção de HCG serve para estimular a produção de progesterona pelo corpo lúteo, na fase inicial da gravidez, sendo fundamental para o desenvolvimento do processo. No período em que as concentrações de HCG começam a diminuir, a placenta está suficientemente desenvolvida para produzir quantidade suficiente de progesterona, para manter o endométrio e permitir que a gestação continue. Além disto, o HCG estimula o desenvolvimento fetal das gônadas e a síntese de androgênios pelos testículos fetais. A dosagem de HCG é utilizada primariamente para o diagnóstico da gravidez. Com o aprimoramento das técnicas quantitativas do mercado, é possível a detecção de HCG em cerca de 1-4 dias após a fertilização, o que permite um diagnóstico da condição antes mesmo do atraso menstrual.

As concentrações de HCG praticamente dobram a cada 48 horas durante uma gestação inicial normal, até em torno da 6a semana, quando seus níveis começam a decrescer lentamente. Com a finalidade da determinação da gravidez, níveis acima de 30 mUI/mL são associados a processos gestacionais (outrora chamados "testes positivos"). Níveis inferiores a este valor podem estar associados a processos gestacionais muito recentes, a ponto de não haver HCG suficiente para o estabelecimento do diagnóstico (especialmente antes do atraso menstrual). Em condições precoces, é necessária a dosagem repetida, em duas ou três ocasiões, separadas por dois ou três dias cada.

A observação de um padrão crescente da concentração do hormônio pode ser facilmente associada à gravidez. A mesma lógica segue o diagnóstico de aborto espontâneo; em determinações seriadas durante as primeiras semanas gestacionais, a concentração sérica do hormônio encontra-se decrescente. A determinação quantitativa do HCG no segundo trimestre da gravidez pode ser utilizada como marcador de risco para o desenvolvimento de síndrome de Down (realizada em associação com alfafetoproteína), embora esta modalidade seja discutível e sujeita a uma série de interferentes.

 Valores aumentados: tumores gestacionais trofoblásticos benignos ou malignos (coriocarcinoma, carcinoma embrional, mola hidatiforme, mola parcial, etc.), outros tumores (especialmente tumores testiculares). Resultados falso-positivos: uso de medicamentos (pregnyl, por exemplo), em estados pós-orquiectomia (secundário à diminuição de testosterona), usuários de maconha. Em mulheres grávidas, valores inesperadamente diminuídos de beta-HCG podem estar associados a gestações ectópicas.

Referência

Gravidez -

1ª semana: 10 - 30 mUI/mL
2ª semana : 30 - 100 mUI/mL
3ª semana : 100 - 1000 mUI/mL
 
 
 

sábado, 23 de julho de 2011

Neoplasia Trofoblástica Gestacional – Mola Hidatiforme, Mola Invasora e Coriocarcinoma

Neoplasia é um crescimento anormal das células, comumente chamado de tumor.  Trofoblasto é a parede externa do embrião humano que forma posteriormente a camada superficial da placenta.  As Neoplasias Trofoblasticas Gestacionais são tumores originários do trofoblasto.

    As neoplasias trofoblásticas gestacionais (NTGs) dividem-se em 4 tipos.  O primeiro tipo é benigno, a mola hidatiforme.  E os 3 demais tipos são malignos, a mola invasora, o coriocarcinoma e o tumor trofoblastico de localização placentária.
 
Mola Hidatiforme:

    A mola hidatiforme ocorre em aproximadamente 1 em cada 1.500 gestações nos EUA (tendo, porém, uma incidência bem maior na Ásia e no 3º mundo), sendo encontrada em aproximadamente 1 em cada 600 abortos.  Esta divide-se em mola hidatiforme completa (75% dos casos) e parcial ou incompleta (25% dos casos).  As molas são mais comuns em gestantes muito jovens ou em idade avançada.

    Acredita-se que a mola completa se origina da fecundação de um óvulo que perdeu seu núcleo ou seus cromossomos por um espermatozóide, ou em casos menos comuns, por dois espermatozóides.  No primeiro caso o espermatozóide duplica seu próprio DNA.  A gravidez não possui embrião.

Já a mola parcial na maioria dos casos origina-se da fertilização de um óvulo normal por dois espermatozóides ou mais.  Possui feto, mas este quase sempre tem diversas anomalias incompatíveis com a vida.

    Os sintomas são sangramentos que aumentam a cada ocorrência de hemorragia, com corrimento amarelado entre as hemorragias e útero excessivamente grande e mole.  Os valores do Beta-HCG são demasiadamente altos para a semana gestacional.  Não existem batimentos cardíacos, e na ultrassonografia o aspecto é de vesículas ou cachos de uva.

    Em 80% dos casos a evolução é benigna, sendo que em 20% torna-se maligno.  18% tornam-se mola invasora e 2% coriocarcinoma (apenas ocorre em mola completa, sendo raro na parcial).

O tratamento é com curetagem a vácuo-aspiração, geralmente após este procedimento realiza-se estimulação com ocitocina e raspagem.  O material é enviado para biópsia a fim de confirmar o diagnóstico.  Se a mulher tiver idade avançada e não desejar mais engravidar pode-se considerar a histerectomia para afastar o risco de coriocarcinoma.

Mola Invasora:
 
    Ocorre em 1 a cada 12.500 gestações.  Origina-se de uma mola hidatiforme que se malignizou, penetrando no útero ou sendo encontrada em lugares distantes (metástase), mas mantendo a estrutura vilositária (diferentemente do coriocarcinoma).  Alguns dos sintomas são o teste de gravidez Beta-HCG permanecendo alto ou em crescimento por 2 ou 3 semanas consecutivas após a curetagem, ou por sangramentos persistentes após curetagens, útero grande demais e mole, cistos tecaluteínicos, sendo a incidência deste tipo de mola maior com idade materna avançada ou segunda gravidez molar, entre outros. 

     O tratamento é com quimioterapia quase sempre obtendo ótimos resultados especialmente quando não há metástase, preservando a fertilidade.  Outros acompanhamentos são necessários como RX, tomografia computadorizada e ultrassonografias de outros órgãos devido ao risco de metástase.  A mortalidade por mola invasora é muito rara.

Coriocarcinoma: 

Ocorre em 1 a cada 40 mil gravidezes aproximadamente.  É uma transformação maligna após qualquer tipo de gravidez, ocorrendo nessa ordem de incidência, mola hidatiforme especialmente a mola completa (50% dos casos), aborto (25%), gravidez normal (22%) ou gravidez ectópica (3%).  Alguns dos sintomas são valores do Beta-HCG muito altos e que não se negativam mesmo após curetagem necessitando repeti-las, sangramentos persistentes, útero grande demais, entre outros.  A idade avançada aumenta a incidência.  A metástase trás sintomas específicos de acordo com o órgão afetado.  A confirmação do Coriocarcinoma é através de biópsia e o tratamento é com múltiplos agentes quimioterápicos, sendo a forma mais grave de NTG.


Tumor trofoblastico de sítio placentário:

É raro, também pode apresentar malignidade, porém, geralmente cura-se com a curetagem.

Algumas Considerações:

Algumas considerações interessantes em qualquer gravidez, ainda que não haja suspeita de mola.  É útil realizar a ultrassonografia com 7 semanas para detectar os batimentos cardíacos, local da implantação e aspecto geral.  Sintomas como sangramentos que não cessam, dores, útero excessivamente grande para a idade gestacional e mole, valores do Beta excessivamente altos para a semana de gravidez devem ser observados. Em caso de aborto deve haver um acompanhamento dos valores do Beta-HCG até que se negativem.  Alguns especialistas em reprodução também recomendam a realização da histeroscopia diagnóstica após aborto.

sábado, 16 de julho de 2011

Sinais de Gravidez

"Será que estou grávida?" "Melhor comprar um teste de farmácia ou fazer um exame de sangue?" Se está em dúvida se deve realmente procurar um método para confirmar uma possível gravidez, fique atenta: além do atraso menstrual existem sintomas clássicos que dão a dica de um possível diagnóstico positivo. Confira:


Dores de cabeça
O aumento do volume de sangue pode acabar gerando dores de cabeça durante as primeiras semanas da gravidez.



Corrimento escuro
Muitas mulheres realmente acreditam que estão menstruando quando, na verdade estão diante da nidação, com uma espécie de corrimento completamente normal durante os primeiros dias da gravidez. Menos intenso e mais claro que o sangue da menstruação, é sinal da preparação do corpo para receber o bebê em desenvolvimento.



Escurecimento dos mamilos
Os hormônios liberados pela gravidez também agem nas células responsáveis pela coloração dos mamilos, tornando-os mais escuros que de costume. Mulheres morenas ou negras podem demorar um pouco mais par perceberem este sintoma.


Cólicas
Álgumas mulheres podem sentir cólicas como se estivessem prestes a menstruar. Isto na verdade é um sinal de que o útero está se preparando para a expansão que sofrerá ao longo da gravidez.


Enjoo matinal
A náusea varia de intensidade de grávida para grávida, mas o que ninguém discute é o fato de ela ser extremamente desagradável. Esse sintoma pode ser minimizado com a ajuda de algumas frutas (como abacaxi, kiwi, laranja, limão e água de coco), além de não ficar mais de três horas em jejum.


Seios e corpo inchados e doloridos
Durante a gravidez, existe um aumento na quantidade de sangue e líquidos no organismo em geral. O tecido dos seios é extremamente sensível às mudanças hormonais. O sistema circulatório sofre uma alteração e, quando não dá conta, gera o problema. O crescimento do útero, que acompanha o desenvolvimento do bebê e comprime os vasos da região pélvica, também prejudica a circulação. A dificuldade é que, no verão, todo esse processo tende a ficar mais lento ainda e aumenta o inchaço. Para evitar o desconforto, a grávida deve praticar atividade física regular em locais e horários mais frescos do dia, não ganhar peso exessivamente, aumentar a ingestão de proteínas na dieta e hidratar-se.


Aumento da vontade de fazer xixi
Se tem uma coisa que acontece com a grávida desde o início é o aumento das idas ao banheiro. Há duas explicações. Uma é que, com o aumento de líquido circulando pelo corpo, os rins aceleram seu funcionamento, eliminando mais resíduos. A outra é que o crescimento do útero faz pressão contra a bexiga, que não consegue reter a urina. Essa pressão diminui a partir do quarto mês, quando o útero atinge a cavidade abdominal. Uma saída é inclinar-se para frente na hora de ir ao banheiro, para esvaziar totalmente a bexiga, reduzindo as idas ao banheiro.


Sonolência em excesso
O excesso de hormônios circulando e o metabolismo mais lento deixam a grávida com sono. Repousar após as refeições é o ideal. No trabalho não dá para fazer isso, mas procure uma cadeira confortável e leia um pouco antes de retomar suas atividades.Tente colocar um travesseiro alto na cabeça e outro entre as pernas para dar um apoio. Usar algo embaixo da barriga, para sustentar seu peso, também traz conforto. Do lado direito do abdome passa a veia cava inferior, que é grossa e traz bastante sangue de volta ao coração. No final da gravidez, quando a barriga já está grande, o peso do útero pode comprimir essa veia, provocando falta de ar, por isso os obstetras recomendam deitar-se sobre o lado esquerdo. Há grávidas que não sentem nenhum incômodo de barriga para cima. Nesse caso, tudo bem. No entanto, a posição não é aconselhável para gestantes com hipertensão (pressão alta) ou hipotensão (pressão baixa). Um banho quente antes de dormir também ajuda a relaxar.


Alterações de humor
Na gravidez, a mudança repentina de humor é tão inevitável quanto o crescimento da barriga. Essa montanha-russa de emoções tem razões fisiológicas e emocionais. O desequilíbrio hormonal, por exemplo, pode ter um efeito depressivo sobre as gestantes. Além disso, medo e ansiedade também influenciam os sentimentos da grávida. O resultado são crises de choro diante de comerciais de sabão em pó, mas não é preciso se sentir culpada por estar tão sensível. 'Os próprios sintomas da gravidez alteram o humor da mulher e vice-versa', conclui o obstetra Marco Antonio Lenci. O que fazer? Ser otimista é a melhor saída para enfrentar os nove meses.


Prisão de ventre
Pesquisas mostram que a constipação afeta cerca de 40% das gestantes, e isso ocorre porque as alterações hormonais deixam o intestino mais lento. O aumento no volume do útero com o desenvolvimento do bebê acaba exercendo também pressão sobre os intestinos, dificultando seu funcionamento normal.
As frutas contribuem para o alívio da constipação, já que muitas delas são compostas por fibras. Mas é importante ingerir outras fontes de fibra, como grãos integrais, feijões e legumes. Beber muita água também umedece as fezes e facilita sua eliminação. Quem não gosta muito de tomar água pura pode colocar uma rodelinha de limão, laranja ou umas folhas de hortelã no copo, para dar um sabor especial. Outra boa ideia é deixar ameixas-pretas em uma jarra com água e beber dois ou três copos por dia.


Vômitos
Algumas mulheres enjoam e vomitam nos primeiros meses da gravidez, sintomas que os médicos costumam atribuir a fatores hormonais ou psicológicos. Mas eles se tornam sinais de alerta quando o quadro é contínuo: a náusea é quase permanente e os vômitos se repetem após todas as refeições, caracterizando a hiperêmese gravídica, que atinge menos de 0,5% das grávidas. “Por vomitar todas as vezes que ingere um alimento ou líquido, a gestante pode sofrer de desidratação e desnutrição. Em casos raríssimos acontece o óbito”, explica Luiz Roberto Zitron, obstetra do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O maior perigo da hiperêmese gravídica é o desenvolvimento do bebê ser prejudicado por uma deficiência de nutrientes na gestante. Esse risco é combatido com medicamentos contra náuseas por via oral ou intramuscular, dieta especial e suplementos alimentares.


Desejos estranhos
O passar do tempo parece aumentar o desejo das grávidas. Uma pesquisa realizada pela Universidade da Grã-Bretanha mostra que as gestantes de hoje em dia sentem mais vontade que as de antigamente. Foram entrevistadas 2,2 mil mulheres. Dessas, 75% afirmaram ter desejos alimentares. A sondagem foi conduzida pelo site Gurgle.com, especializado em maternidade. De acordo com o site, há 50 anos um estudo similar constatou que apenas 30% das grávidas tinham vontades súbitas.

A importância do Ácido Fólico

Toda mulher que deseja ter um filho precisa redobrar a atenção para a sua alimentação e hábitos. Os cuidados com a gravidez devem ser tomados antes mesmo da mamãe estar grávida. Um bom planejamento para os próximos nove meses diminui, e muito, as chances de alguma alteração congênita no bebê.
Portanto, saber o que comer neste período é fundamental. Digo isso porque toda futura mamãe precisa guardar esse nome na agenda: Ácido Fólico, que é uma vitamina do complexo B presente no espinafre, aspargo, brócolis, vegetais de folhas verde-escuras, fígado, frutas cítricas e gema de ovo.

A deficiência de ácido fólico na alimentação da mamãe pode causar uma má-formação do tubo neural do bebê que está começando o seu crescimento e desenvolvimento dentro da barriga.

O tubo neural é formado logo no primeiro mês da gestação e é o sistema nervoso primitivo do feto. Ele se desenvolverá para a formação do cérebro e da medula espinhal do bebê.

Pois bem. Sem o ácido fólico o tubo neural pode não se fechar completamente, causando alterações como anencefalia, quando o bebê nasce com uma pequena parte ou mesmo com ausência de cérebro levando a morte poucos dias depois do nascimento, ou espinha bífida, que é a exposição da medula espinhal e que deixa seqüelas de graus variados.

Estudos mostram que a ingestão de ácido fólico três meses antes de a mulher engravidar e três meses depois da fecundação previne em mais da metade as chances do bebê vir a apresentar alterações do tubo neural.
Essa deficiência é um dos problemas que podem ser evitados antes mesmo do início da gravidez.

Lembrete - Não adiante ingerir a vitamina quando a mamãe descobre que está grávida. Normalmente quando se descobre a gestação, o tubo neural já se formou e não há mais tempo do ácido fólico agir.
Uma mamãe bem atenta e cuidadosa, que consulta seu médico antes de engravidar e recebe todas as orientações do pré-natal, pode reduzir os riscos do seu bebê nascer com algum tipo de problema.

Reforço de ácido fólico - Por vezes, só a alimentação não oferece a quantidade suficiente de ácido fólico que a mulher precisa ingerir diariamente, pois o cozimento dos alimentos diminui a ação da vitamina. Os médicos recomendam uma suplementação para que a dose recomendada de ácido fólico seja ingerida pela futura mamãe.

A quantidade indicada pela Organização Mundial da Saúde e defendida pelos médicos é de 0,4 miligrama por dia de ácido fólico para a prevenção de ocorrência dos defeitos do tubo neural. As mamães que já tiveram um filho com algum tipo de alteração do tubo neural merecem dose extra de ingestão dessa vitamina.
O ácido fólico previne outras alterações também como doenças do coração, do trato urinário e fissura lábio-palatina. Para a mamãe, a vitamina traz benefícios como prevenir doenças cardíacas, certos tipos de câncer e anemia.

A prevenção é o melhor caminho. Planejar uma gravidez é um ato de amor que você, futura mamãe, faz para que o seu “quase” bebê possa crescer e se desenvolver de forma adequada.

Dicas
Antes de tomar qualquer medicação consulte seu médico.
Se já tem histórico na família de defeito no tubo neural, além do ácido fólico, é recomendado o aconselhamento genético antes da gravidez.
Uma alimentação saudável e balanceada é sempre um bom começo para qualquer gestação.

Fonte: Guia do Bebê

Melhores posições para concepcão

Infelizmente não há comprovação científica de que uma posição sexual é melhor do que a outra para tentar ter um bebê. Foram registradas, no entanto, imagens de ressonância magnética de casais mantendo relações sexuais em diversas posições, o que esclareceu um pouco o que acontece dentro do corpo da mulher na hora do sexo.

Se formos nos guiar pelo bom senso, a posição papai-e-mamãe (com o homem por cima) seria a mais indicada, porque permite uma penetração mais profunda, colocando os espermatozóides mais perto da abertura do colo do útero.

Há outras posições que poderiam aumentar as chances de engravidar (ou, no mínimo, combater o tédio na vida sexual), como a penetração vaginal por trás, com a mulher deitada de lado ou de quatro (“cachorrinho”). Nesse tipo de posição, os espermatozóides também são depositados perto do colo uterino.

As imagens de ressonância magnética confirmaram que a extremidade do pênis chega até o espaço entre o colo do útero e as paredes da vagina nessas posições. A posição papai-e-mamãe garante que o pênis alcance o espaço diante do colo uterino (o chamado fundo de saco anterior), e a penetração vaginal por trás faz com que a ponta do pênis chegue ao fundo de saco posterior.

O fundamental na fase de tentativas de engravidar, no entanto, é ter relações sexuais nos dias em que a mulher está mais fértil, ou seja, um ou dois dias antes da ovulação e também no dia da ovulação.

Fonte: Baby Center

Treinante pode fazer xixi após transar?????

Estou tentando engravidar. Posso fazer xixi depois de transar? Quanto tempo o esperma tem de ficar dentro da mulher?

Cientificamente, não existe uma definição de quanto tempo a mulher precisa ficar deitada depois da relação sexual para que os espermatozoides penetrem no orifício do colo do útero.
Sabe-se, no entanto, que os espermatozoides demoram alguns segundos para entrar pelo “buraquinho”, depois da ejaculação dentro da vagina.
O recomendável para uma mulher que está tentando engravidar é que após a relação deite-se de lado (não é necessário elevar as pernas) e fique quietinha por cinco a dez minutos.
Depois desse tempo, ela pode levantar e inclusive ir ao banheiro fazer xixi, ou fazer algum esforço físico. Só não é recomendado fazer ducha vaginal ou uma higiene íntima muito intensa até uma hora depois da relação.


Fonte: Baby Center

quarta-feira, 13 de julho de 2011

"Vacina" com Leucócitos "MATERNOS"

A utilização de "vacina" com leucócitos "PATERNOS" nos casos de insucesso nos tratamentos de Reprodução Assistida, bem como em pacientes com aborto de repetição, tem sido recomendada há vários anos, porém seus resultados são no mínimo controversos.

Recentemente, surgiu um tratamento que utiliza o Fator Estimulante de Colônias  de Granulócitos (G-CSF). O G-CSF é uma citoquina que estimula a produção e diferenciação de leucócitos (neutrófilos granulócitos), além de possuir uma ação positiva nos trofoblastos (células da placenta). Em animais fica evidente sua ação anti-abortiva. Por outro lado, Scarpelini et al. (1) em um grupo de pacientes com aborto de repetição, empregando o G-CSF, obteve uma taxa de nascimentos de 82% nas pacientes que utilizaram o medicamento versus 48.5% no controle.

No que se refere as pacientes com  repetidas falhas de implantação, um estudo alemão (2) relatou um aumento nas taxas de gestações (43%) nas mulheres que fizeram uso do G-CSF sobre as que não o utilizaram (20%).

Além disso, outra preconizada ação da injeção do G-CSF na cavidade uterina seria um aumento na espessura do endométrio nas  pacientes com dificuldade de espessamento endometrial (3).

Referências bibliográficas:
 
1. Scarpelini F. and Sbracia M - Use of granulocyte colony-stimulation factor for te treatment of unexplained recurrent miscarriage; a randomized controllled trial. Human Reproduction 2009. 24:2703-2708.
2.  Wurfel W.,Santijohanser C. et al - High pregnancy rates with admnistration of granulocyte colony-stimulating factor in ART - patients with repetitive implantation failure and lacking killer-cell immunglobulin-like receptors. Human Reproduction  2010, 25:2151-2153.
3. Gleicher N.,  Vidali A and  Brand D.H.  Successful treatment of unresponsive thin endometrium. Fertility Sterility 2011.A ilustração utilizada foi retirada do New England Journal of Medicine. 333(8):516-518, Aug 24, 1995.

Super - ICSI X Aborto

A descoberta de novos métodos para selecionar embriões de melhor qualidade tem sido um desafio para embriologistas e especialistas em infertilidade no mundo inteiro. O mais importante é que a chance de gravidez de um casal depende fundamentalmente da qualidade do embrião, que é produzido pelo espermatozóide e o óvulo. Isto quer dizer que a qualidade dos gametas é extremamente importante para a produção de um embrião saudável e para a obtenção de gravidez.
Em 1992, a escola Belga revolucionou a infertilidade quando desenvolveu a técnica de ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozóides) na qual um único espermatozóide é introduzido no óvulo. Contudo, pesquisas recentes confirmam que a microinjeção de espermatozóides com anomalias nucleares freqüentemente resultam em diminuição nos índices de gestação e aumentam as taxas de aborto. Hoje sabe-se que danos no DNA dos espermatozóides pode explicar falhas na obtenção de embriões pela técnica de ICSI. Além disso, produziriam um aumento nas taxas de abortamento.  

Em janeiro de 2007, pesquisadores da Universidade de Tel-Aviv demonstraram que a incidência de alterações cromossômicas tem correlação positiva com a morfologia anormal do espermatozóide, ou seja, quanto mais severa a anormalidade morfológica maior a incidência de alterações genéticas nestes espermatozóides.
Habitualmente, a ICSI é realizada empregando microscópio que permite a visualização do espermatozóide com um aumento de apenas 400 vezes. Recentemente, através de um sofisticado sistema de lentes de amplificação de imagens é possível realizar uma nova técnica de ICSI, batizada  como SUPER-ICSI. Através de um microscópio equipado com um sistema de alto poder de resolução, com o qual se obtém aumento de 8500 a 12500 vezes, é possível avaliar, com precisão, as características do núcleo, do pescoço e da cauda dos espermatozóides com lesões de cromatina nuclear. O SUPER-ICSI permite selecionar os espermatozóides com morfologia perfeita, acarretando um aumento nas taxas de gestação e uma diminuição no número de abortos. 
Estudos comparativos verificam que com ICSI convencional as taxas de gravidez obtidas eram de 25% e com o SUPER-ICSI as taxas de gestação dobraram. 

Fragmentação do DNA Espermático

       A fragmentação do DNA espermático é uma recente descoberta de infertilidade masculina. Utilizando método TUNEL (Transferase-mediated dUTP nick-end labelling) para avaliar fragmentação do DNA, mostra que a presença de altos níveis de fragmentação tem estreita relação com insucesso gestacional. O teste possui dados bastante objetivos e mostra claramente que espermatozóides morfologicamente normais e móveis podem apresentar níveis altos de fragmentação do DNA. O valor de corte estabelecido para sub/infertilidade é de 20% para o índice de fragmentação do DNA. Valores acima deste limite não excluem a possibilidade de fertilização normal, desenvolvimento embrionário e uma gestação a termo, porém está associado com uma redução significante de gestação e aproximadamente o dobro de abortos. Portanto, indivíduos que apresentam o exame de espermograma normal podem ser portadores dessa desordem.
    A fragmentação do DNA pode resultar de múltiplos fatores como: dieta, uso de drogas, febre alta, temperatura testicular elevada, poluição, fumo e idade avançada. Com exceção da idade, a exposição a estes fatores pode ser transitória, havendo uma melhora da fragmentação do DNA com o decorrer do tempo. O indivíduo que possui o teste positivo pode se beneficiar através do tratamento com agentes anti-oxidantes como a vitamina C e E antes de se submeter a fertilização, ou também ser submetido a uma biópsia testicular onde se encontram espermatozóides sem ou com baixo índice de fragmentação.

domingo, 10 de julho de 2011

Óleo de Gérmem de Trigo X Fertilidade

Mais um achado da Natureza para ajudar as treinantes a atingirem seu objetivo, seus bebezinhos. E sabem que se mandarem tomar ferro fundido, a gente toma né, então como é natural, não custa tentar!
Óleo de Gérmem de Trigo

Fisiologia sexual: Pela ação da vitamina E combinada com zinco, o Óleo de Germe de Trigo ativa as glândulas sexuais melhorando a produção de hormônios e com isto a fertilidade em ambos os sexos. Na mulher ajuda a regular os ciclos menstruais, retarda e atenua os problemas relativos à menopausa. Indicado para as gestantes, como prevenção de abortos e partos prematuros.

Outros usos para o Óleo de Germe de Trigo
 O Óleo de Germe de Trigo melhora a nutrição das células, prevenindo o ressecamento e as rugas, com a aproximação da menopausa. Aplicado diretamente na pele, é excelente para recuperar a pele seca e áspera. É ótimo para acelerar a cicatrização de feridas e de queimaduras.
Resistência física nas práticas esportivas: Uma dúzia de cápsulas de Óleo de Germe de Trigo, diariamente, aumenta a resistência e a capacidade física de um esportista em mais de 30%. Esta melhoria de desempenho é motivada pela vitamina E que aumenta o poder de resistência à fadiga do atleta, permitindo melhor atividade muscular.

Sistema circulatório: Através da vitamina E, o Óleo de Germe de Trigo age como anticoagulante e como ativador da circulação sanguínea. É excelente para prevenir problemas cardio-vasculares: arteriosclerose, trombose das coronárias, angina do peito e flebite. Ele age nos poquenos capilares, tornando-os mais resistentes evitando os derrames. E notável a sua ação contra as varizes e a deficiência de circulação nas extremidades.

OBS.: Deve ser tomado 3 vezes ao dia, do 1° dia do ciclo até o dia da ovulação, pois havendo gravidez o óleo de gérmem de trigo não deverá ser consumido pela alta quantidade de vitamina E. É indicado para o homem também.

Deficiência de Progesterona

A progesterona é um hormônio fundamental para a gravidez, pois ela é a responsável por manter a gestação.

A Progesterona aumenta o endométrio, oferece nutrição para o nenê e inibe a contração uterina. Percebe a importância? Um bom indicador de que tudo está bem com a Progesterona é a menstruação. Se você está menstruando normalmente sem o uso do anticoncepcional, é porque certamente está produzindo todos os hormônios adequadamente.

A progesterona é produzida principalmente no ovário. No processo da ovulação, o óvulo se encontra dentro de uma pequena bolinha líquida chamada folículo. É justamente este folículo que produz o estrógeno, hormônio feminino básico. Após a liberação do óvulo, o folículo se transforma em corpo amarelo e começa a produzir a progesterona. Ela é que prepara a mulher para a amamentação e o aleitamento. A realidade é que o ciclo menstrual prepara a mulher para a gravidez todos os meses.

A Progesterona é produzida pelo corpo lúteo do ovário, até cerca de 20 semanas de gestação, para depois ser sintetizada pela placenta. Muitas mulheres inférteis, com falhas de implantação e com aborto recorrente apresentam baixos níveis de progesterona no sangue.

Nesses casos, é indicada uma suplementação de progesterona na fase inicial da gravidez. A progesterona age não só na receptividade endometrial, mas também a resposta imunológica materna, devendo a suplementação permanecer até por volta da 16ª semana, alguns médicos recomendam somente até a 10ª semana.

Se você tiver mais dúvidas, converse com seu médico. Grávidas com mais de 35 anos sofrem aborto em 35% das gestações, consideradas em gravidez de risco por às vezes devido à má formação do feto que pode ser motivada pela carência de progesterona no organismo feminino nesta fase da vida.

De qualquer maneira, o médico pode fazer uso da progesterona em forma de comprimido para compensar o deficit ovariano e diminuir o risco de aborto.

Sorologias

Quando comecei a fazer alguns exames pesquisando a causa dos meus abortos de repetição me deparei com algumas dúvidas, dentre elas de como entender os exames de sorologia, que também são pedidos durante o pré-natal. Dentre os exames de sorologia solicitados estão o de Toxoplasmose, Citomegalovírus, Rubéola, Varicela, dentre outros, identificamos ele com as palavras ''anticorpos, IgG e IgM''.

O exame da sorologia tem por objetivo dosar dois tipos de moléculas: a IgM e a IgG. A IgM é a molécula que é formada rapidamente no corpo logo após o primeiro contato dele com a doença. É através dessa molécula, formada perfeitamente para aquela determinada doença, que o corpo organiza o ataque inicial para combater essa determinada infecção. Essa molécula tem como característica ter uma vida
curta, assim não durando muito tempo no corpo.


A IgG é uma molécula que demora mais tempo para ser formada, e ela é responsável pelo impedimento da re-infecção por aquela determinada doença. Ela funciona como soldados especializados no reconhecimento e combate daquela doença específica, desta forma impedindo que ele cause uma nova infecção, caso entre em contato como corpo num outro momento.


Existem muitas doenças cujo diagnóstico não é feito pela pesquisa da doença em si, mas pela pesquisa da presença ou ausência das células que o corpo produz responsáveis pelo combate dessa doença. Esse exame é chamado de sorologia.
Para entender o resultado destes exames, podemos analisá-lo conforme abaixo:

IgM negativo (não reagente) e IgG positivo (reagente): imune: você já entrou em contato com essa doença, e já criou defesa contra ela. Portanto, você não tem mais que se preocupar com esse problema.

IgM positivo (reagente) e IgG negativo (não reagente): infecção aguda: você está com uma infecção por essa doença, ou seja, você está entrando em contato com ele pela primeira vez. Converse com seu obstetra sobre quais medidas devem ser tomadas.

IgM e IgG positivos (reagente): indeterminado: não é possível saber há quanto tempo você entrou em contato com essa doença pela primeira vez. Pode ser há pouco tempo, ou há muito tempo. Converse com seu obstetra sobre quais medidas devem ser tomadas.

IgM e IgG negativos (não reagente): susceptível: você nunca entrou em contato com essa doença. Portanto, deve se prevenir para que esse contato não ocorra pela primeira vez durante a gravidez.

Quando a gente está grvávida fica desesperada quando aparece um positivo ou reagente em algum exame, pois eu também já me desesperei com estes, e na verdade às vezes o resultado não é tão ruim quanto a gente pensa. Espero tê-las ajudado a se acalmar, e lembrem-se, este artigo é só para termos uma idéia do
significado dos exames, não há nada que substitua o diagnóstico e avaliação médica!!!!

Endometriose

Outro fantasma que aparece quando a mulher decide engravidar tem codinome Endometriose.




O endométrio é uma mucosa que reveste a parede interna do útero, sensível às alterações do ciclo menstrual, e onde o óvulo depois de fertilizado se implanta. Se não houve fecundação, boa parte do endométrio é eliminada durante a menstruação. O que sobra volta a crescer e o processo todo se repete a cada ciclo.

Endometriose é uma afecção inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.

Endometriose profunda é a forma mais grave da doença. As causas ainda não estão bem estabelecidas. Uma das hipóteses é que parte do sangue reflua através das trompas durante a menstruação e se deposite em outros órgãos. Outra hipótese é que a causa seja genética e esteja relacionada com possíveis deficiências do sistema imunológico.

Sintomas
A endometriose pode ser assintomática. Quando os sintomas aparecem, merecem destaque:
* Dismenorreia – cólica menstrual que, com a evolução da doença, aumenta de intensidade e pode incapacitar as mulheres de exercerem suas atividades habituais;
* Dispareunia – dor durante as relações sexuais;
* Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
* Infertilidade.

Diagnóstico
Diante da suspeita de endometriose, o exame ginecológico clínico é o primeiro passo para o diagnóstico, que pode ser confirmado pelos seguintes exames laboratoriais e de imagem: visualização das lesões por laparoscopia, ultra-som endovaginal, ressonância magnética e um exame de sangue chamado marcador tumoral CA-125, que se altera nos casos mais avançados da doença. O diagnóstico de certeza, porém, depende da realização da biópsia.

Tratamento
A endometriose é uma doença crônica que regride espontaneamente com a menopausa, em razão da queda na produção dos hormônios femininos.
Mulheres mais jovens podem valer-se de medicamentos que suspendem a menstruação: a pílula anticoncepcional tomada sem intervalos e os análogos do GnRH. O inconveniente é que estes últimos podem provocar efeitos colaterais adversos.
Lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento.

Recomendações

* Não imagine que a cólica menstrual é um sintoma natural na vida da mulher. Procure o ginecologista e descreva o que sente para ele orientar o tratamento;
* Faça os exames necessários para o diagnóstico da endometriose, uma doença crônica que acomete mulheres na fase reprodutiva e interfere na qualidade de vida;
* Inicie o tratamento adequado ao seu caso tão logo tenha sido feito o diagnóstico da doença;
* Saiba que a endometriose está entre as causas possíveis da dificuldade para engravidar, mas a fertilidade pode ser restabelecida com tratamento adequado.

Síndrome dos Ovários Policísticos



O termo “síndrome dos ovários micropolicísticos” (também conhecida pela abreviatura, “SOMP”) descreve um grupo de sintomas e de alterações nos níveis de hormônios de algumas mulheres. O nome origina-se do fato de que pacientes com esse transtorno freqüentemente (mas nem sempre) apresentam múltiplos pequenos cistos (nódulos) indolores nos seus ovários, o que pode ser visualizado por exames de ultrassom. Esses cistos são benignos. No entanto, as alterações hormonais provocadas pela síndrome podem causar sintomas importantes, com grande stress emocional para a mulher afetada.
Os achados mais importantes na SOMP são os seguintes:

a) alterações menstruais (menstruações "desreguladas");
b) excesso de hormônios masculinos (acne, pele oleosa, excesso de pêlos);
c) infertilidade (dificuldade em engravidar). 

A SOMP é uma alteração muito comum de mulheres em idade reprodutiva, podendo atingir de 4 a 11% dessa população (em média, 7% das mulheres entre os 20 e os 50 anos de idade). De fato, muitos autores afirmam que a SOMP é a doença endócrina mais comum em mulheres na idade fértil.

Os sintomas da síndrome incluem:

1) irregularidade menstrual (menstruações ausentes ou que atrasam com muita freqüência, geralmente desde a adolescência);

2) infertilidade (dificuldade para engravidar, devido à falta de ovulação – que constitui uma das queixas mais importantes dessas pacientes quando procuram o médico);


3) acne (cravos e espinhas na pele), especialmente ao redor do queixo, no tórax e no dorso;


4) excesso de pêlos no rosto (principalmente no queixo e no buço) e no restante do corpo (braços, pernas, virilha);


5) perda de cabelo, com áreas de rarefação na cabeça;


6) pele e cabelos muito oleosos. 
Os últimos 4 sintomas são manifestações de excesso de hormônios masculinos, que é um dos problemas provocados pela síndrome. Algumas pacientes podem apresentar apenas um desses sintomas; outras podem apresentar um quadro mais exuberante. Nem todos esses sintomas precisam estar presentes, ao mesmo tempo, para fazer o diagnóstico de SOMP.

Cerca de 2/3 das pacientes com SOMP apresentam excesso de peso ou obesidade (principalmente quando o acúmulo de gordura acontece mais na região da barriga), mas a síndrome também pode afetar mulheres magras.


A SOMP é extremamente comum, mas muitas mulheres não sabem que são portadoras da síndrome, e podem sofrer durante anos com problemas como a dificuldade para engravidar ou o excesso de pêlos no rosto, antes de ser feito o diagnóstico correto.
A causa exata da SOMP ainda não é bem conhecida. Suspeita-se que haja mais de uma causa. Em geral, a síndrome é causada por um desequilíbrio dos níveis de alguns hormônios importantes. O que se observa na maioria das mulheres de SOMP é um aumento dos níveis dos hormônios masculinos (andrógenos) no sangue, devido à produção aumentada desses hormônios pelos ovários. Por isso, a SOMP também é conhecida como “síndrome de excesso de andrógenos ovarianos”. O principal andrógeno ovariano que aumenta na síndrome é a testosterona
A SOMP é uma doença complexa, relacionada ao funcionamento alterado de vários sistemas do organismo. Além do distúrbio dos ovários, as mulheres com SOMP comumente apresentam um defeito na ação da insulina, um importante hormônio que controla os níveis de açúcar (glicose) e gorduras (colesterol) no sangue. Portanto, mulheres com SOMP têm um risco aumentado de apresentar aumento da glicose (diabetes mellitus) e do colesterol (dislipidemias), o que em última análise pode aumentar seu risco de doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, derrame cerebral etc.). Suspeita-se que esse defeito da ação da insulina (também conhecido como resistência à insulina) desempenhe um papel fundamental no desenvolvimento da SOMP.
Outras doenças se associam à SOMP, dentre elas:
a) Diabetes mellitus - devido ao defeito na ação da insulina ("resistência à insulina") apresentado por muitas mulheres com SOMP, estas pacientes apresentam um risco bem maior de desenvolver diabetes, em comparação com mulheres sem SOMP. Calcula-se que aproximadamente 50% das mulheres com SOMP vão apresentar níveis aumentados de glicose (açúcar) no sangue antes dos 40 anos de idade. Por outro lado, 25 a 50% das mulheres com diabetes entre os 20 e os 50 anos de idade também são portadoras de SOMP. O risco de diabetes é ainda maior para pacientes com SOMP obesas. 
b) Doenças do fígado - estudos recentes indicam que 2/3 das pacientes com SOMP apresentam um acúmulo anormal de gordura no fígado, que é chamado de "esteato-hepatite não alcoólica". Entretanto, quando essas mulheres fazem exames de sangue para avaliar o fígado, a maioria tem resultados normais. O excesso de gordura no fígado, na maior parte das vezes, só é encontrado quando se faz um exame de ultrassom. Essa alteração do fígado é importante porque muitas vezes a esteato-hepatite acaba evoluindo para doenças mais graves, como hepatite, cirrose hepática e até mesmo câncer do fígado.

c) Doenças cardíacas - Alguns estudos indicam que o risco de doenças do coração (infarto) é 50% maior em mulheres com SOMP. Além disso, mulheres com SOMP têm problemas do coração mais cedo do que outras mulheres que não são portadoras de SOMP. Essas pacientes também têm um risco mais alto de derrame cerebral.

d) Pressão alta - Também conhecida como "hipertensão arterial", é mais comum em mulheres com SOMP, principalmente após os 40 anos de idade.

e) Problemas do colesterol - Mulheres com SOMP costumam apresentar níveis mais altos de LDL-colesterol (o colesterol "ruim") e mais baixos de HDL-colesterol (o colesterol "bom") do que mulheres sem SOMP, bem como níveis mais altos de triglicerídeos.
  
f) Câncer - Mulheres com SOMP têm um risco maior de desenvolver câncer do útero (endométrio) e da mama. 
O diagnóstico de SOMP é feito através da história clínica e exame físico da paciente (menstruações irregulares, excesso de pêlos, acne etc.) e de alguns exames complementares.
Os exames que podem ajudar no diagnóstico são:

1) Ultrassom do útero e ovários, que pode mostrar a presença de múltiplos pequenos cistos (nodulações cheias de líquido) em ambos os ovários. Apesar de serem comuns e de darem nome à síndrome, os cistos não estão presentes em todas as pacientes com SOMP, sendo encontrados em cerca de 80% dos casos. Da mesma forma, a simples presença de cistos não é suficiente para fazer o diagnóstico de SOMP, pois até 20% das mulheres normais, sem qualquer alteração dos níveis hormonais, podem apresentar imagens de cistos ao ultrassom. Por isso, é importante diferenciar: “ovários policísticos” (um mero achado de ultrassom) da “síndrome de ovários micropolicísticos” (um distúrbio complexo, com manifestações clínicas conhecidas e que pode apresentar ou não a imagem de ovários policísticos ao ultrassom).
2) Testosterona (hormônio masculino), que muitas vezes está aumentada no sangue;

3) Glicose e colesterol.
Outros exames também podem ser solicitados, dependendo das características de cada paciente. É importante afastar a presença de outros problemas hormonais que podem apresentar sintomas semelhantes à SOMP, principalmente o hipotireoidismo e a hiperplasia adrenal congênita (uma doença das glândulas supra-renais que também cursa com níveis aumentados de hormônios masculinos).

Todas as mulheres com sintomas sugestivos de SOMP devem ser avaliadas por um médico especialista, para determinar a presença ou não da sindrome. O endocrinologista, um médico especializado em transtornos das glândulas e dos hormônios, pode fazer essa avaliação e indicar o tratamento mais adequado para cada caso. 

Embora alguns pacientes e até mesmo alguns médicos considerem a SOMP uma doença puramente ginecológica (uma vez que a maioria dos seus sintomas está relacionada ao sistema reprodutivo feminino), essa síndrome deve ser considerada uma alteração sistêmica (de todo o organismo), pois pode se associar a vários outros problemas, tais como: diabetes, alterações do colesterol e doenças cardíacas. Entretanto, o acompanhamento com um ginecologista também é importante, pois permite a detecção e tratamento precoce de possíves complicações como o câncer de mama e de útero. 
A SOMP é a causa mais comum de infertilidade (dificuldade para engravidar) nas mulheres que vivem em países desenvolvidos. Também pode causar prejuízo à qualidade de vida das pacientes, que se sentem incomodadas pelo excesso de pêlos ou pela acne, por exemplo. 

No entanto, os maiores riscos da SOMP estão associados às alterações decorrentes da resistência à insulina. Esse transtorno faz com que as pacientes com SOMP tenham um risco aumentado de desenvolver diabetes.


Estudos mostram que
até 30% das pacientes com SOMP podem apresentar níveis aumentados de glicose (açúcar) no sangue quando o diagnóstico da síndrome é feito pelo médico. Esses níveis aumentados de glicose às vezes só são detectados através de um teste com ingestão de açúcar via oral (o chamado teste de tolerância à glicose, ou curva glicêmica).

Além disso, mulheres com SOMP freqüentemente apresentam níveis aumentados do chamado “mau colesterol” (LDL). Elas também podem ter níveis baixos do “bom colesterol” (HDL) e níveis aumentados de outras gorduras do sangue, como os triglicérides. Todas essas alterações podem aumentar o risco de ataque cardíaco (infarto) e derrame cerebral, a longo prazo, principalmente em pacientes obesas.
 
Outro problema é decorrente da irregularidade menstrual e da falta de ovulação, que fazem com que a camada de revestimento interno do útero (o endométrio) não seja descamado e substituído regularmente (a cada mês). Se esse problema não for tratado, há um aumento do risco de desenvolver câncer do útero.
Embora a SOMP não seja curável, há vários tratamentos disponíveis atualmente que podem equilibrar os níveis hormonais de maneira satisfatória e resolver vários dos problemas associados à síndrome.

Pacientes obesas ou com excesso de peso sempre devem ser aconselhadas a  perder peso, através de uma alimentação saudável (com menor ingesta de calorias) e aumento da atividade física. Muitas vezes, apenas essa perda de peso é suficiente para aliviar muitos dos sintomas da síndrome, mesmo com perdas modestas (de 5 a 8Kg, por exemplo). 
Além da perda de peso, alguns medicamentos também podem ser utilizados para diminuir os sintomas da SOMP e reverter algumas das alterações hormonais.
Medicações também podem ser usadas para controlar os sintomas da SOMP. Os anticoncepcionais orais, principalmente aqueles que contêm medicamentos que combatem os hormônios masculinos (por exemplo: acetato de ciproterona e drospirenona), ajudam a tratar a irregularidade menstrual e minimizam a acne e o excesso de pêlos, quando utilizados por vários meses. Estão melhor indicados em pacientes com SOMP que não desejam engravidar.

Mais recentemente, muitos médicos estão preferindo tratar a SOMP com medicações que agem melhorando a resistência à insulina, visto que este parece ser um dos principais mecanismos envolvidos no desenvolvimento da síndrome. Entre essas medicações, a mais utilizada é a metformina, um medicamento originalmente criado para o tratamento de diabetes, mas que provou ser efetivo em reduzir os níveis de insulina, melhorar a irregularidade menstrual, diminuir os pêlos e a acne (embora de maneira não tão evidente quanto com os anticoncepcionais), provocar perda de peso e aumentar a fertilidade de mulheres com SOMP. A metformina ajuda mulheres com SOMP a engravidar, visto que é capaz de aumentar a taxa de ovulação dessas pacientes e parece ter um papel em prevenir abortos precoces. Já foi utilizada inclusive durante a gravidez, aparentemente sem grandes riscos para a mãe ou o feto, mas o seu uso nesta situação ainda não é um consenso entre os especialistas. Mais interessante ainda é o fato de que o uso de metformina, por melhorar a ação da insulina, melhora os níveis de glicose e colesterol, e pode ajudar a prevenir as complicações mais sérias da SOMP, que são o diabetes e as doenças cardiovasculares. Por essa razão, a metformina está sendo cada vez mais utilizada para o tratamento da SOMP, tanto em pacientes obesas como nas magras. Outras medicações que agem melhorando a resistência à insulina mas que ainda não são tão estudadas são a pioglitazona e a rosiglitazona.

Há também tratamentos específicos para induzir a ovulação e obter a gravidez, como o uso de citrato de clomifeno e de gonadotrofinas, que devem ser utilizados sob a supervisão de um ginecologista experiente em reprodução humana. 

Também há medicações para reduzir os efeitos dos hormônios masculinos, como a espironolactona e a flutamida. Essas medicações sempre devem ser tomadas junto com anticoncepcionais, visto que podem ser prejudiciais ao feto se a paciente engravidar fazendo uso das mesmas.

Por último, tratamentos para reduzir o excesso de pêlos, como a depilação (usando lâmina, cêra, eletrólise ou laser) ou o uso de cremes que reduzem o crescimento dos pêlos (como a eflornitina) podem ser usados para melhorar o aspecto estético e a auto-estima das pacientes.
 
 
  Antigamente, era muito comum tratar mulheres com SOMP usando uma cirurgia para retirada de uma parte dos ovários (ressecção "em cunha" dos ovários), pois observou-se que esse tipo de procedimento melhorava o ciclo menstrual e aumentava a fertilidade. Entretanto, hoje em dia há vários medicamentos que conseguem desempenhar o mesmo papel dessa cirurgia, com menor risco. Por isso, a cirurgia para tratar a SOMP caiu no desuso e não é mais utilizada atualmente.
Apesar da SOMP parecer um fantasma para a pessoa que deseja a gravidez, ela não é um bicho de sete cabeças não, você pode sim engravidar sendo portadora dessa síndrome, e temos vários, bilhares de casos na medicina onde a mulher que tinha SOMP não se prevenia de uma gravidez pelo fato de ser portadora desta e obteve uma gravidez fora de hora por simples descuido, o importante é consultar um especialista e se tratar, que sua gravidez virá rapidinho.