sábado, 10 de dezembro de 2011

Teste de APGAR

O que é o teste de Apgar?

Trata-se de um método simples e eficiente de medir a saúde de seu recém-nascido e de determinar se ele precisa ou não de alguma assistência médica imediata.

Ele é rápido, indolor e, certamente, vai tranquilizar você. Na verdade, é bem possível que o médico faça a avaliação do bebê sem que você nem note. A maioria das crianças nasce em boas condições de saúde, mas, caso seu recém-nascido precise de algum auxílio médico, será melhor saber o quanto antes para começar o tratamento. Este procedimento passou a ser rotineiro após os partos desde que a anestesiologista Virginia Apgar o desenvolveu, em 1952.

Um minuto após nascer e novamente aos cinco minutos de vida fora do útero, seu bebê será avaliado da seguinte forma:

• Frequência cardíaca

• Respiração

• Tônus muscular

• Reflexos

• Cor da pele

Cada um destes itens recebe uma nota entre 0 e 2 para se chegar a um total geral. Grande parte dos recém-nascidos recebe entre 7 e 10, não requerendo nenhum tratamento imediato, como, por exemplo, auxílio para respirar.

O que quer dizer a nota de cada criança?

Claro que 10 é sempre música para os ouvidos dos pais, mas 8 ou 9 também são ótimas avaliações. Um parto mais complicado ou prematuro e até medicação para dores tomadas pela mãe podem mascarar as notas, não retratando exatamente as condições reais do bebê, mas, no geral:

• Avaliação entre 8 e 10 mostra crianças em estado de saúde de ótimo a excelente, que provavelmente não vão precisar de cuidados extras.

• Avaliação entre 5 e 7 indica estado regular e pode haver necessidade de ajuda de aparelhos para respirar. O médico talvez massageie vigorosamente a pele do bebê ou dê a ele um pouco de oxigênio.

• Avaliação abaixo de 5 aponta bebês em condições que exigem auxílio médico especial.

Você pode perguntar ao médico na sala de parto qual foi a nota do seu bebê. Se a primeira não tiver sido muito alta, não se desespere, porque a segunda, depois de cinco minutos, costuma ser maior e mais tranquilizadora, já que a criança se recupera rápido do estresse do parto. Em caso de dúvidas, converse com o pediatra.

O teste de Apgar prevê problemas de saúde futuros?

Não, embora no passado os especialistas tenham chegado a acreditar que sim. Uma das teorias sugeria que se a nota de um recém-nascido permanecesse baixa aos cinco minutos de vida, isso indicava probabilidade de ele ter problemas neurológicos. Estudos mais recentes, porém, rejeitaram essa teoria. Sozinhas, as notas individuais não prevêem o estado de saúde futuro de uma pessoa, seja bom ou ruim.

A vantagem do teste é sua simplicidade: ele é facilmente realizado e mede com rapidez e precisão a saúde de um bebê nos primeiros momentos da vida fora do útero -- nada mais, nada menos.

sábado, 12 de novembro de 2011

Contrações de treinamento ou de Braxton-Hicks

O que são as tais contrações falsas, de treinamento ou de Braxton-Hicks?

Lá pela metade de sua gravidez, às vezes até antes, você pode notar que os músculos do seu útero deixam sua barriga dura, o que dura de 30 a 60 segundos. Nem todas as mulheres sentem essas contrações, que surgem aleatoriamente e costumam ser indolores.

Elas recebem o nome de contrações de treinamento, contrações "falsas" ou contrações de Braxton-Hicks, em homenagem ao médico inglês John Braxton Hicks, que as descreveu pela primeira vez em 1872.

Os especialistas acreditam que elas sejam uma espécie de treino do corpo para o trabalho de parto. Alguns acham que elas colaboram para o processo de "apagamento" do colo do útero (que vai ficando mais fino) e para a dilatação.

As contrações de treinamento costumam ser sentidas a partir de 16 semanas, ou bem mais tarde. Mas também é normal não sentir essas contrações nenhuma vez.

Como vou saber a diferença entre as contrações de treinamento e as contrações de verdade?

A maioria das grávidas de primeira viagem faz essa pergunta, e a resposta mais adequada, a que recebem dos médicos e de quem já passou por isso, chega a dar raiva: "Você vai saber quando for trabalho de parto de verdade". Mas eles estão certos.

Veja as diferenças.

Contrações de treinamento
  • Acontecem só algumas vezes por dia, e não mais que duas vezes por hora.
  • Normalmente param quando você muda de atividade. Se você passou muito tempo sentada, levante-se e caminhe. Se ficou muito tempo de pé, sente-se ou deite-se.
  • São irregulares, não pegam ritmo. Ou, se pegam, é só por um período curto.
  • Não são muito compridas: duram menos de um minuto.
  • Não vão aumentando de intensidade.
  • Podem atingir só uma parte da barriga
  • Podem ser deflagradas pelos movimentos ou pela posição do bebê


Contrações do trabalho de parto
As contrações verdadeiras são:

  • Mais compridas: a barriga fica dura por mais tempo.
  • Mais regulares.
  • Mais doloridas.
  • Não param de vir. Cada uma que vem é mais forte que a outra, e o intervalo entre elas vai ficando cada vez menos.
  • Não melhoram se você mudar de atividade.
  • Atingem a barriga inteira e às vezes as costas
  • Não dependem da posição ou da movimentação do bebê


O ritmo é o mais importante, preste atenção nele. Sempre que perceber que está tendo várias contrações, marque o horário, para acompanhar o intervalo entre elas.

E se as contrações de Braxton Hicks começarem a doer?

À medida que sua gravidez avança, esse tipo de contração pode ficar mais intensa, e é possível que doa. Quando elas começarem a ficar mais fortes e frequentes, você pode até achar que o trabalho de parto começou para valer, mas o tempo passa e elas continuam irregulares em termos de intensidade, frequência e duração -- e podem até desaparecer completamente, levando você à loucura.

São os chamados alarmes falsos. Se você sentir que suas contrações estão diminuindo ou se espaçando, provavelmente elas não passaram de contrações de Braxton-Hicks (ou falso trabalho de parto).

Uma sugestão é usar as contrações de treinamento para praticar técnicas de respiração que vão ajudá-la no parto vaginal.

O que eu devo fazer para aliviar o desconforto das contrações falsas?

Muitas mulheres acabam notando que as contrações vêm com mais frequência quando elas fazem alguma atividade física, mesmo que seja tirar as compras do carro. Outras percebem que a bexiga cheia demais deflagra contrações de treinamento.

Se as contrações estiverem incomodando você, faça o seguinte:
  • Vá ao banheiro fazer xixi.
  • Mude de atividade. Se estava em pé, deite-se um pouco. Se ficou muito tempo sentada, levante-se e dê uma caminhada.
  • Tome um copo d'água.
  • Se ainda assim não melhorar, você pode tomar um banho morno.

Quando devo me preocupar com as contrações?

Procure atendimento médico se:

Para quem está com menos de 37 semanas
  • Se a contração for acompanhada de secreção vaginal parecida com água ou sangue. Podem ser sintomas de rompimento da bolsa ou de problemas com a placenta.
  • Se sentir mais de três ou quatro contrações em uma hora, ou se elas estiverem vindo em intervalos regulares. Pode ser sinal de trabalho de parto prematuro.


Para quem está com 37 semanas ou mais
Você só precisa procurar o médico quando suas contrações durarem cerca de 60 segundos cada uma e acontecerem a um intervalo de cinco em cinco minutos, tirando as mulheres com histórico de parto rápido ou que morem muito longe do hospital. Nesses casos, é melhor procurar orientação se as contrações estiverem regulares, independentemente do intervalo.

A produção de leite materno

Você, sem dúvida nenhuma, já percebeu as grandes mudanças que ocorrem no seu corpo. Essas transformações físicas -- seios mais sensíveis, inchados e com mamilos mais escuros e aréolas maiores -- costumam ser um dos primeiros sinais de que você engravidou.

Especialistas acreditam que a mudança de cor do mamilo possa ajudar na amamentação, já que seria uma espécie de "jeitinho" da natureza para orientar melhor os recém-nascidos.

Outra alteração, o aparecimento de pequenas bolinhas ao redor da aréola do seio, também tem papel vital no ato de amamentar. Essas bolinhas produzem uma substância oleosa responsável por limpar, lubrificar e proteger o seio de infecções durante a amamentação.

Por dentro das suas mamas


Talvez mais impressionante até do que as transformações visíveis são as enormes mudanças que estão ocorrendo por dentro dos seus seios.

A placenta em desenvolvimento estimula a liberação dos hormônios estrogênio e progesterona, os quais, por sua vez, deflagram o complexo sistema biológico que torna a lactação possível.

diagram of milk production in the breastAntes da gestação, as mamas são formadas por uma combinação de tecidos, glândulas mamárias e gordura (a quantidade de tecido adiposo difere de mulher para mulher, daí a enorme variedade de tamanhos e formatos de seios).

O incrível é que seus seios já estavam se preparando para uma gravidez desde que você era um embrião de 6 semanas no útero de sua mãe. A criança já nasce com os principais ductos mamários -- uma rede que transporta o leite pelos seios -- formados.

As glândulas mamárias não dão sinal de vida até a puberdade, quando uma enxurrada do hormônio feminino estrogênio as faz crescer e inchar. Durante a gestação, essas glândulas trabalham a todo vapor.

No momento em que o bebê nasce, o tecido glandular de suas mamas já dobrou de tamanho, o que explica a mudança radical no número do sutiã!

Em meio às células adiposas e ao tecido glandular localiza-se uma rede de canais, chamados ductos. Os hormônios da gravidez fazem com que esses ductos aumentem de quantidade e tamanho e se dividam em canais menores perto da região peitoral. Na extremidade de cada um deles há uma aglomeração de pequenos sacos, semelhante a um cacho de uvas, conhecidos como alvéolos.

Um conjunto de alvéolos forma um lóbulo, e uma reunião de lóbulos é um lobo. Cada seio contém de 15 a 20 lobos.

O leite é produzido dentro dos alvéolos, os quais são rodeados por diminutos músculos que pressionam as glândulas e empurram o leite para os ductos. Os cerca de nove ductos lactíferos de cada seio são como canudos isolados que chegam à extremidade do mamilo, formando um "chuveirinho" que leva o leite para a boca do bebê.

O sistema de distribuição do leite fica completamente pronto já no segundo trimestre de gravidez, para que a mulher possa amamentar o bebê mesmo que ele seja prematuro.

A produção de leite aumenta quando o bebê nasce


Produção de leite e prolactina


A produção de leite em grande escala começa de 24 a 48 horas depois que você dá à luz. Esse período é cientificamente conhecido como lactogênese.

Após a retirada da placenta, os níveis dos hormônios estrogênio e progesterona começam a declinar. O hormônio prolactina, cuja quantidade vinha aumentando durante toda a gestação, é então liberado, para sinalizar ao corpo que é hora de produzir bastante leite.

Pesquisas indicam que a prolactina é também responsável por uma sensação maior de "maternidade", daí ter sido batizada por alguns especialistas de o hormônio do instinto materno. Em geral, o leite demora mais para "descer" no primeiro filho.

À medida que seu corpo se prepara para a lactação, ele libera mais sangue para a região dos alvéolos, deixando os seios firmes e cheios. Vasos sanguíneos meio inchados, combinados com a abundância de leite, podem deixar as mamas temporariamente doloridas, quentes e cheias demais, e provocar um ingurgitamento mamário, porém a própria amamentação ajudará a aliviar o desconforto inicial.

Primeiro desce o colostro


Nos primeiros dias de aleitamento, o bebê será alimentado por uma substância viscosa, meio transparente e rica em proteínas conhecida como colostro. É possível que nas últimas semanas de gestação você tenha notado o vazamento de gotas deste líquido esbranquiçado (para algumas mulheres isso já ocorre no segundo trimestre).

Esse precioso líquido é cheio de anticorpos chamados de imunoglobulinas, fortificantes naturais para o sistema imunológico do bebê. O leite materno se transforma no decorrer da amamentação a fim de suprir todas as necessidades da criança.

breastfeeding flow chartPara que o bebê possa mamar, é preciso que o leite "desça" dos alvéolos. O processo funciona assim: o bebê suga o mamilo, o que estimula a hipófise a liberar os hormônios ocitocina e prolactina para a corrente sanguínea. Ao alcançar seu seio, a ocitocina provoca a contração dos pequenos músculos ao redor dos alvéolos cheios de leite. O líquido passa então para os ductos, que o transportam para os ductos que ficam pouco abaixo da aréola do seio. Ao sugar, o bebê faz com que o leite dos ductos chegue à sua boca.

Nos primeiros dias de amamentação, talvez você sinta alguma contração no abdome, na forma de cólicas, bem na hora em que o bebê estiver mamando. A sensação sinaliza a liberação da ocitocina, que ajuda o útero a voltar ao tamanho normal (esse mesmo hormônio provocou a contração do útero durante o trabalho de parto).

Também pode ser que junto com a contração venha um fluxo vaginal mais intenso de sangue, portanto capriche no absorvente. Essas cólicas são mais intensas a partir do segundo filho, e em alguns lugares do Brasil são chamadas até de "dor de parto".

Um outro sinal é que você poderá se sentir calma, satisfeita e alegre ao amamentar. A ocitocina é, afinal, conhecida como o hormônio do amor!

Com o aumento do fluxo de leite, é possível que você também sinta formigamento, queimação ou ardor nos seios. É fundamental estar tranquila durante a amamentação para que o leite desça com facilidade.

Muitas mulheres comparam o aleitamento ao aprendizado de andar de bicicleta: pode ser complicado no começo, mas, quando você pega o jeito, fica parecendo impossível que um dia não tenho sabido fazer.

Lembre-se de investir no repouso e na hidratação, e não use sutiãs muito apertados, para que seu peito possa se encher de leite.

O que é o Sofrimento Fetal?

O sofrimento fetal é um problema causado pela falta de oxigénio no sangue do bebé, e que pode ocorrer durante ou antes do parto. Usualmente surge durante o parto, e é diagnosticado quando o ritmo cardíaco do bebé se torna instável. Se existir sofrimento fetal antes do parto, então a solução usualmente é o parto, dependendo sempre do estado de maturação do feto.

Muitos bebés têm de nascer através de cesariana, caso falhem o teste da vitalidade fetal. O teste da vitalidade fetal é recomendado a mães que tenham uma gravidez de risco, como diabetes, gravidez intra-uterina, entre outras. O teste envolve analisar o ritmo cardíaco do bebé em junção com a atividade uterina. Este teste é usualmente feito entre a 38º e a 42º semana de gestação, porém pode ser feito mais cedo, no início do 3º trimestre. O teste dará um resultado de reativo ou de não rectivo. Por vezes é necessário a mãe mexer-se ou comer algo para incentivar o bebé a mover-se e conseguir assim um resultado mais fiável.

O teste para avaliar o sofrimento fetal poderá ser feito: caso sinta que o bebé não se movimenta tão frequentemente como usualmente; caso o parto esteja atrasado, caso exista razão para suspeitar que a placenta não funciona adequadamente ou caso esteja em risco por alguma razão. Se existir alguma suspeita da sua parte, deve contatar o seu médico assistente para lhe fazer um teste de avaliação da vitalidade fetal.

Esse teste indicará se o bebé está a receber oxigénio suficiente devido a problemas do cordão umbilical ou da placenta, ou outro tipo de doença fetal.

Sintomas de sofrimento fetal

Se notar a diminuição dos movimentos comuns do feto é importante que saiba que isso pode significar que existe um problema.

Por vezes o decréscimo do movimento fetal surge devido ao bebé deixar de ter tanto espaço livre no útero, mas ter a certeza do porque é que isso aconteceu é sempre importante.

Durante o parto, o bebé é usualmente monitorizado através de um monitor fetal, que por vezes dá sinais que existe um problema, aumentos ou decréscimo do batimento cardíaco do bebé, ou um ritmo cardíaco incerto pode significar que existe um problema.

Quando o sangue do bebé é colhido durante o parto, através de uma amostra do escalpe do bebé, pode revelar se existem sinais bioquímicos de um problema. Dois problemas comuns são a acidose fetal e a acidose lacteal.

O méconio, caso exista no líquido amniótico também é uma preocupação.

Fazer a contagem dos “pontapés do bebé”

Poderá fazer a contagem dos “pontapés do bebé”. Contar os movimentos do bebé é algo fácil, que poderá fazer enquanto faz as suas atividades diárias. Isto significa que, se o bebé não fizer pelo menos 10 movimentos desde a altura da manhã em que você tomou o pequeno-almoço até ao meio da tarde (período de 4 a 6 horas), poderá estar a passar-se algo menos bom com ele. Se o bebé tiver feito 10 movimentos, então isso significa que não terá de contar mais até ao próximo dia. Este tipo de contagem é recomendado em caso de gravidez de risco ou de decrescimento do movimento fetal.

Tente marcar os movimentos fetais durante a altura do dia em que o bebé está mais activo, mas também numa altura em que possa registar os movimentos durante pelo menos 4 horas ou mais, caso isso seja necessário. É também indispensável registar os movimentos sempre a partir da mesma altura do dia.

Idealmente, antes de iniciar a contagem, deve comer algo , pois a ingestão de comida faz com que o bebé fique mais ativo. Em alternativa ou adicionalmente, pode dar um passeio, pois também ajuda o bebé a movimentar-se. Depois de uma visita ao chuveiro, deite-se preferencialmente para o seu lado esquerdo ou relaxe no sofá. Certifique-se que tem o relógio em vista e assente as horas em que sente os movimentos do bebé.

Preste atenção a cada movimento do bebé. Registre o número de minutos que dura o movimento e a hora em que foram feitos. Logo que o bebé fizer 10 movimentos, não é necessário contar mais.

Caso o bebé não tenha feito os 10 movimentos, deverá contactar o seu médico para ele fazer um teste que avalie se existe sofrimento fetal, verificando o ritmo cardíaco fetal e a atividade uterina. O que por vezes acontece é que algumas mães habituam-se aos movimentos do bebé e ficam sem os sentir durante algum tempo, estando o bebé perfeitamente bem.

Sofrimento fetal e as formas médicas de o detectar

  • Diminuição dos movimentos fetais (relevante apenas a partir das 35 semanas);
  • Diminuição da resposta fetal a estímulos como o som ou vibração;
  • Alterações do perfil biofísico (frequência cardíaca do feto em resposta aos seus próprios movimentos) e da circulação do sangue na placenta e no feto. Estas alterações podem ser verificadas através de uma ecografia.
  • Insuficiência na oxigenação cerebral devido ao seu posicionamento, problemas na placenta ou compressão do cordão umbilical, como a circular cervical (cordão umbilical enrolado no pescoço). A partir do 7º mês de gravidez, em casos de gravidez de risco, faz-se uma cardiotocografia (registo simultâneo da frequência cardíaca fetal e das contrações uterinas). Este exame/ registo pode indicar se o feto está a sofrer destes problemas.
  • Asfixia do bebé. Durante o trabalho de parto é possível verificar se existe asfixia do bebé através de uma colheita de sangue da pele da cabeça do bebé, que testa se existe uma diminuição pH do escalpe fetal.
  • Líquido amniótico com mecónio. O líquido deve ser claro podendo ser quase sem cor. Caso seja verde ou castanho-escuro (contendo mecónio) isto indica que o feto está com problemas. Porém, só é possível detectar depois da ruptura da bolsa de águas.
Um bom estado de oxigenação, e um comportamento normal do bebé em gestação são aparentemente bons indicadores. Porém, nem sempre os bons resultados de um exame dão origem a um bebé saudável, podendo existir complicações difíceis de detectar destas formas tais como o prolapso de cordão, descolagem da placenta ou a morte súbita fetal.

Movimentos Fetais

Há quem descreva os primeiros movimentos do bebé como um esvoaçar de borboleta, como um ligeiro borbulhar ou como um peixe a cirandar. Uma sensação tão suave como uma bola de sabão a rebentar na nossa pele. Há quem tenha dúvidas quanto à origem daquela sensação. Há quem desfaça a magia do momento avançando que podem ser, simplesmente, gazes. Como é possível? Uma coisa é certa. A primeira vez que o sentimos, sem margem de erro, a primeira vez que temos essa certeza absoluta, a primeira vez que ninguém pode desfazer o encantamento, dessa primeira vez, é tão comovente e arrebatador que é difícil descrever o que se sente. Frequentemente, essa primeira vez traduz-se num sorriso pregado na cara da grávida, alheado e levemente patético, que dura, dura, dura...

Os primeiros movimentos perceptíveis marcam o início de uma longa conversa entre mãe e bebé. Uma conversa que às vezes pode ser engraçada, quando a barriga começa a mexer-se sozinha e aí já toda a gente pode ver a força daquele bebé. Outras vezes pode ser dolorosa, quando os pés que deviam ser minúsculos e delicados parecem enormes e brutais, espetando-se nas costelas, ou comovente quando um pequeno pontapé surge como resposta a uma pergunta da mãe ou do pai. Cotoveladas, joelhadas, pontapés, esticões, festinhas interiores, soluços.

Os movimentos do bebé são o que de mais palpável temos dele antes do nascimento. Sim, porque a imagem da ecografia pode ser comovente, mas é muito mais distante - está ali no ecrã, passa depois para o papel -do que o que se sente por dentro da pele quando um filho por nascer se mexe dentro de nós. É indescritível como esses movimentos provocam sentimentos de proteção, de amor, de empatia.

Para além de pontapés, piruetas e outras acrobacias, é também possível sentir os soluços do bebé. E senti-lo a mexer-se como resposta a ruídos ou a situações de stress. Os seus movimentos são também uma maneira de começar a conhecê-lo.
Com a mão pousada sobre a barriga, também o pai, o irmão mais velho, os avós e os amigos vão poder sentir o bebé. Não há quem fique indiferente a esses movimentos, quem não queira testemunhá-los. Porque eles são a prova de que há vida para além da mãe.

É muito variável a idade gestacional que se começa a sentir o bebê, de mulher para mulher e de gravidez para gravidez, mas algures entre as 16 e as 22 semanas é quando é normal sentir os primeiros movimentos do bebé. É claro que ele já se mexe há muito tempo, desde as sete ou oito semanas de gestação, mas é tão pequenino e rodeado pelo líquido amniótico que é impossível senti-lo antes.
As mulheres mais magras têm tendência para sentir mais cedo do que aquelas que têm peso a mais.

Nas primeiras semanas de «pontapés», é muito irregular a frequência com que são sentidos. Num dia podem notar-se várias vezes e no outro nem uma única. Isto não quer dizer que o bebé tenha deixado de se mexer, mas simplesmente que os movimentos não são assim tão vigorosos que sejam sempre percebidos. No final do segundo trimestre, contudo, o bebé está maior e os seus movimentos começam a sentir-se de forma mais regular e frequente.

No último trimestre, convém prestar alguma atenção à sua regularidade e avisar o médico no caso de sentir um decréscimo significativo de movimentos.No final do tempo de gestação, é aconselhável verificar diariamente se o bebé está a movimentar-se normalmente.

Mesmo no final da gravidez, a partir das 38, 39 semanas, é normal notar uma redução nos movimentos, pois o bebé já tem muito pouco espaço. No entanto, mais do que nunca é conveniente estar atenta.

domingo, 6 de novembro de 2011

A Tão desejada barriga!

Está grávida, e certamente já está ansiosa para saber quando é que poderá mostrar a todos a sua bela barriguita de mãe. Contudo até lá ainda pode ser confundida com uma mulher simplesmente gordinha… mas quando é que realmente se começa a notar que está grávida?

A resposta a esta questão é: depende de pessoa para pessoa. Para uma grávida começar a ganhar barriga com um formato visível, depende de diversos fatores como o fato de ser a primeira gravidez, ou não, se costuma praticar muito  esporte, se sofre de obesidade, bem como do formato do corpo
.
Se é a primeira vez que está grávida e costuma praticar muito exercício a barriga poderá não se notar até às 20 semanas de gravidez, pois os músculos da barriga tendem a camuflar a gravidez. Porém, o surgimento tardio da barriga não depende só se é uma pessoa que pratica muito esporte, depende também do oposto: caso seja uma pessoa com peso superior ao recomendado poderá não se perceber que está grávida durante muito tempo, e se for considerada obesa, poderá não se perceber a gravidez até cerca dos 8 meses.

Contudo, para mães que já tenham tido filhos, a barriga evidente de grávida tende a surgir mais cedo, devido à dilatação sofrida pela gravidez anterior; neste caso a barriga poderá surgir entre as 12 e as 18 semanas de gravidez.

Mas a probabilidade é que esteja entre os casos mais comuns; e o mais comum é que a barriga comece a dar mostras de uma gravidez bem evidente, cerca das 20 semanas de gravidez.

Quando e como se sabe o sexo do bebê?

Se gosta de surpresas, o melhor é não colocar esta questão, e esperar pela surpresa do parto. Todavia, se está entre os 80% das pessoas que querem saber o sexo do bebé antes do parto, continue a ler.
Determinar o sexo do bebé durante a gravidez, pode ser feito através de uma simples ecografia de rotina, de um exame de determinação do sexo fetal, de um teste à urina, ou através de exames genéticos invasivos.

Ecografia

A ecografia não é tão fiável como um teste genético de determinação do sexo do bebé em gestação. Contudo a ecografia é mais acessível financeiramente do que outro teste. Usualmente por volta das 20 semanas faz-se uma ecografia morfológica, altura em que os órgãos genitais do bebé estão formados, mas o bebé terá de estar numa posição favorável para sepoder deslindar o seu sexo.

Exame de determinação do sexo fetal

O exame de determinação do sexo fetal prevê o sexo do bebé a partir das 8 semanas de gestação com 99.1% de fiabilidade. O exame de determinação do sexo fetal é feito através de uma picada no dedo e através dessa colheita de sangue materno é possível analisar o DNA do feto e determinar o seu sexo. O resultado é conhecido ao final de cinco dias. Este teste identifica a presença do cromossoma Y no sangue: se estiver grávida de um menino surgirão indícios do cromossoma Y, e a ausência do cromossoma Y indica a gestação de uma menina. Este teste pode ser realizado em qualquer idade gestacional, a partir da oitava semana de gravidez.

Teste da urina

É um teste bastante prático e pode-se encomendar online. É usualmente conhecido pela marca IntelliGender . A eficácia deste teste ronda os 80%, e pode ser feito a partir das 10 semanas, demorando uns módicos 10 minutos a revelar se o bebé é menina ou menino. Funciona à semelhança dos testes de gravidez, com uma recolha da primeira urina matinal, e o resultado é verde para menino e laranja para menina. É recomendado que a mulher não tenha relações sexuais 48 horas antes do teste, e é fiável até à 34ª semana de gestação. Note que o resultado deste teste não é fidedigno se estiver a tomar hormonas como a progesterona.

Exames genéticos invasivos

Existem exames genéticos como a amniocentese, em que a certeza do resultado do sexo do bebé é de praticamente 100%, pois é analisado material genético do bebé. Estes testes genéticos são invasivos, e por isso são apenas recomendados quando existe suspeita de haver problemas com o bebé. Associado a estes testes, devido a serem invasivos, existe 1% de risco de aborto, por isso numa opção normal não são aconselhados para saber o sexo do bebé.

O impacto de saber o sexo do bebé ainda em gestação pode ser muito variável, desde a opção de comprar freneticamente roupinhas de acordo com o sexo do bebé, ou por vezes em situações extremas, provocar um desligar emocional da gravidez devido a não ser o bebé que idealmente seria desejado. Se decidir saber o sexo do bebé antes do parto, certifique-se que está preparada para a pequena percentagem de erro que a maioria dos testes ou exames preveem, e que um quarto rosa pode ter de acolher um bebé vestido de azul.

Compreendendo as ecografias gestacionais

A ecografia na gravidez, também chamada de ultrassonografia ou ultrassom, é o primeiro contacto visual com o bebé, podendo contribuir para um despertar de um laço emocional ainda maior entre a mãe e o bebé. Para além disso é uma forma de verificar como a gravidez se está a desenvolver.

O que é e como funciona a ecografia?

A ecografia tradicional permite ver o bebé numa imagem a duas dimensões. A ecografia é um exame não-invasivo que usa ondas de som, e através do eco dessas ondas cria uma imagem do bebé, da placenta, do útero e de outros órgãos. É um exame muito importante para se conseguir obter informações indispensáveis sobre o progresso da gravidez e sobre a saúde do bebé.
Durante o teste, através de um transdutor, são enviadas ondas de som de alta frequência para o abdómen. Estas ondas “batem” no bebé fazendo um efeito de eco, e são enviadas para o computador, traduzindo-se numa imagem. O computador traduz os sons de eco, que são recebidos de volta, em imagens de vídeo, que revelam então o formato do bebé, a sua posição e movimentos.
Usualmente é colocado um gel sobre o abdómen, e depois um aparelho chamado transdutor é passado sobre esse gel, enviando ultrassons para o abdómen. Também existe o ultrassom intravaginal, usado no início da gravidez, até às 11 semanas, quando o feto ainda é muito pequeno para ser detetado de outra forma.
As ondas de ultrassom também são usadas no aparelho que os obstetras utilizam para ouvir os batimentos cardíacos do bebé.
As ecografias são feitas em diversos estágios da gravidez, por inúmeras razões. Numa gravidez sem problemas, usualmente são feitas entre 3 a 4 ecografias. Contudo, a altura das ecografias, e a quantidade de vezes que as fizer, dependerá da forma como a gravidez progride.

Primeira ecografia

É usualmente feita entre as 6 e as 13 semanas de gravidez. Dentro deste período surgirá especialmente mais cedo se existir um historial de perda gestacional, de hemorragias ou se fez um tratamento de fertilidade. Poderá ser usada uma sonda especial, que é colocada na vagina, pois o equipamento comum poderá, nesta fase mais prematura, não conseguir detetar o bebé.

Ecografia para datar o bebé

Este tipo de ecografia é feito entre as 13 e as 16 semanas e serve para datar a gravidez. Provavelmente fará uma ecografia pélvica, onde o transdutor será colocado sobre a pele, por cima da zona da pélvis. Deverá ser-lhe pedido para beber bastante água previamente, porque o útero é mais facilmente visível, quando a bexiga está cheia. A pessoa que estiver a realizar o exame, fará os comentários acerca do que está a ver, e fará imagens para tirar medidas do bebé, por isso esta é uma boa ocasião para levar para casa a primeira fotografia do seu pequenito.

Translucência nucal

Este exame é feito entre as 11 e as 14 semanas, e serve para predizer o risco do bebé sofrer de síndroma de Down. Este exame mede a quantidade de fluido acumulada na parte de trás da nuca do bebé, ou seja a espessura da prega da nuca, que, se estiver aumentada, pode indicar uma eventual síndroma de Down. O médico usará a medida feita pelo scan, a sua idade e um teste sanguíneo para medir o risco desta possibilidade. Se o risco for mais elevado que 1 em 300, poderá ter de fazer uma biopsia do vilo corial (as células são extraídas da placenta com uma agulha ultrafina) ou uma amniocentese (o fluido é extraído do saco amniótico à volta do bebé).

Ultrassom morfológico

Esta ecografia é feita à maioria das grávidas cerca das  20-24 semanas de gravidez para detetar possíveis anomalias no bebé. São medidas a circunferência da cabeça e do abdómen do bebé e o seu coração, cérebro, coluna vertebral e membros. Nesta altura também já poderá descobrir o sexo do bebé.

Depois das 20 semanas

Poderá ter de fazer ultrassons adicionais se tiver alguma complicação, tal como a placenta prévia. Se existir um historial de defeitos genéticos, como defeitos a nível do coração, poderá ter de fazer mais ecografias, ou no caso de ter uma gravidez múltipla. Cerca das 30-34 semanas de gravidez o obstetra poderá pedir-lhe para fazer uma ecografia tendo em vista a determinação da posição do bebé, a localização da placenta, o volume do líquido amniótico e a previsão do peso do bebé.

As ecografias são seguras?

Existem estudos feitos que comparam bebés que tenham passado por um ultrassom e outros que não o tenham feito, e aparentemente esses estudos concluem que os ultrassons são perfeitamente seguros.

Qual o futuro das ecografias?

Os novos ultrassons ou ecografias permitem uma imagem a 3D que deixa ver o bebé a 3 dimensões em vez das comuns 2. A imagem 3D é formada por uma composição de imagens bidimensionais. Estas imagens dão uma imagem clara dos contornos do bebé. Para já, os benefícios dos ultrassons em 3D (três dimensões) parecem ser limitados em relação ao comum ultrassom 2D. Poderão ser úteis para mostrar mais detalhes sobre alguma anormalidade já detetada. Também ajudam a diagnosticar problemas como o lábio leporino. O ultrassom 3D também pode ser útil para avaliar o coração e outros órgãos internos. A melhor altura para fazer um ultrassom em 3D é entre as 26 e 30 semanas de gravidez, pois antes o bebé não possui tecido adiposo suficiente para poder ser obtida uma boa imagem.

Devo ou não fazer uma ecografia?

As ecografias são importantes e muitas vezes vitais para se conseguir detetar anomalias ou problemas no bebé que poderão ser tratadas se detetadas atempadamente. Mas a realidade é que a maioria dos bebés está bem e não têm problema algum, sendo isto apenas um exame de rotina, fonte de alegria para qualquer mãe.

Placenta Prévia


A placenta prévia é uma compilação que surge quando a placenta está localizada na parte inferior do útero cobrindo-o total ou parcialmente. A partir das 30 semanas de gravidez pode surgir um grave problema: fortes hemorragias. Às 20 semanas de gravidez a ecografia pode mostrar uma placenta baixa, mas usualmente a placenta desloca-se para cima, mantendo a distância do colo do útero, deixando de ser um problema. No parto este problema também pode surgir, pois a placenta pode separar-se da parede do útero quando a cerviz começar a dilatar, dando origem à placenta prévia.

Tipos de placenta prévia

  • Prévia Completa: a cerviz está completamente coberta
  • Prévia Parcial: uma parte da cerviz está coberta pela placenta
  • Prévia Marginal : estende-se até às laterais da cerviz

Factores de risco

  • Uma placenta prévia anterior
  • Idade superior a 35
  • Anterior cirurgia uterina
  • Gravidez de gémeos
  • Um parto por cesariana anterior
  • Placenta maior que o normal como numa gestação múltipla

Sintomas

Os sinais e sintomas de uma placenta prévia podem variar, mas usualmente as grandes perdas sanguíneas vaginais recorrentes e indolores durante o terceiro trimestre da gravidez são os mais comuns; no entanto as contracções prematuras, o bebé em posição transversal, o tamanho do útero ser bem maior que o normal (de acordo com a idade gestacional) são outros sintomas que podem indicar esta complicação. Ainda não se sabe o porquê da placenta prévia surgir antes do parto. Quando surge no parto, é devido ao facto de a placenta estar situada acima do colo do útero que entra em dilatação, deslocando-se da parede uterina.

Diagnóstico

Se a sua ecografia do segundo trimestre indicar uma placenta prévia não fique preocupada, pois, à medida que a sua gravidez avançar a sua placenta provavelmente irá subir, deixando de ser um problema: à medida que o útero se expande a placenta tem tendência a subir para a parte superior do útero, pois é o local onde consegue obter mais fornecimento de sangue. Ainda que a placenta prévia seja detectada na fase final da gravidez, existe a hipótese dela subir, no entanto, quanto mais tarde surgir esta complicação, mais difícil é a placenta subir. Se for detectada placenta prévia na ecografia do segundo trimestre é comum fazer mais ecografias de rotina para verificar a deslocação da placenta.

Tratamento

Usualmente será aconselhada a descansar e a não ter relações sexuais, e normalmente é aconselhada uma cesariana.

Dependendo da fase da gestação, podem ser administradas injecções de esteróides para ajudar o bebé a desenvolver melhor os pulmões. Se existir uma grande hemorragia provocada por esta complicação, poderá ser necessária uma transfusão de sangue. Se a hemorragia vaginal não for controlada, terá de ser feita uma cesariana. Alguns tipos de placenta prévia marginal podem dar origem a um parto vaginal, no entanto uma placenta prévia ou parcial requer um parto por cesariana.

A Placenta

Quando se está grávida, pensar na placenta não é propriamente a primeira coisa que passa pela cabeça. Contudo se considerar que é a ligação física mais importante entre si e o seu bebé as coisas mudam de figura; esta ligação existe para que o seu bebé receba oxigénio e nutrientes de forma a ter um desenvolvimento saudável. É também uma ligação do bebé à corrente sanguínea da mãe, o que faz com que os rins maternos eliminem as suas impurezas.

Este órgão, que envolve o bebé, ajuda a protegê-lo de substâncias que podem ser nocivas, bem como de infecções. No geral, a placenta faz um trabalho razoável como filtro protector do bebé, mas a mãe tem também de fazer a sua parte do trabalho pois a placenta não é capaz de proteger o bebé de todas as substâncias nocivas com o álcool, drogas, tabaco, alguns componentes de medicamentos.

A placenta está ligada à parede do útero, e é basicamente formada pelas mesmas células que o bebé. O cordão umbilical forma-se no local da placenta que esteja mais próximo do bebé.

A placenta também tem outras funções na gravidez; produz hormonas que são essenciais para desencadear o trabalho de parto e o próprio parto.

No segundo trimestre da gravidez, os problemas mais comuns estão ligados à placenta. Por vezes surgem complicações; as mais comuns são a placenta prévia, deslocamento da placenta e retenção da placenta no parto; a placenta pode crescer mais do que o devido, não subir o suficiente ou provocar complicações durante o parto; pode ser demasiado fina, ou demasiado espessa, ou ligada anormalmente ao cordão umbilical. As infecções e coágulos sanguíneos da mãe também podem ser prejudiciais para a placenta.

A função da placenta termina depois do parto, sendo esta expulsa alguns minutos depois do mesmo. É importante que depois do parto a placenta seja examinada de forma a concluir que não ficaram resíduos da mesma dentro do corpo da mulher. Se o bebé nascer com alguma complicação como um crescimento retardado ou infecção, a placenta será enviada para um laboratório de análises de forma a ajudar a identificar o problema.

domingo, 9 de outubro de 2011

Como minimizar os enjôos na gravidez

A maioria das gestantes é afetada pela fase do enjoo e para tentar evitá-la recorre a inúmeras receitas. Mas cuidado, não vá fazer tudo que lhe mandam, essa é uma fase temporária.

O enjoo, infelizmente, mamãe, é o sintoma mais frequente da mulher grávida. Cerca de 70% das mulheres sentem enjoos no primeiro trimestre da gestação, principalmente no segundo e terceiro mês, podendo se prolongar em poucos casos.

Não há uma receita infalível que acabe com o enjoo. O que vale para uma mamãe pode não ter efeito nenhum para outra.

Há alguns fatores que podem ser a causa dos enjoos, mas não é nada comprovado. Uma das teorias são os níveis de hormônios que aumentam e se alteram no primeiro trimestre.

A progesterona, que é responsável por manter a gravidez, deixa o estômago mais preguiçoso, isto é, há uma lentidão no trato gastrointestinal. Portanto, o alimento demora a chegar ao intestino, provocando os enjoos eaté os vômitos.

Existem trabalhos que indicam que mulheres que têm altos níveis do hormônio gonadotropina coriônicas (hcg) são mais propensas a ter enjoos, como as mulheres grávidas de gêmeos. Mas ainda não existe relação consistente entre algum nível de hCG e enjoo, pois duas mulheres com o mesmo nível de hCG podem apresentar sintomas diferentes. Coisas da natureza.

Geralmente os enjoos aparecem na parte da manhã. Ou as futuras mamães já acordam enjoadas e ou enjoam assim que levantam. Por isso os enjoos são chamados de enjoos matinais. Isso não é regra, os enjoos podem aparecer também à tarde e à noite.

Na grande maioria dos casos, as mamães conseguem contornar esses enjoos em casa mesmo. Raros os casos de mamães que perdem muito peso, ficando desidratadas e tendo que tomar alguma medicação para controlar os enjoos. Caso isso aconteça, o médico deverá ser consultado.

A fase dos enjoos varia de mulher para mulher, mas em geral ocorre entre o final do segundo mês (semana 8) e o final do quinto mês lunar (semana 20).

Vamos colocar algumas dicas e assim a mamãe testará o que funciona para si.

  • Coma biscoitos água e sal antes de levantar da cama. O estômago vazio piora o enjoo. Comendo antes de levantar e esperando um pouco poderá evitar esse enjoo que aparece logo pela manhã. Os biscoitos, alimentos ricos em carboidratos ou frutas podem amenizar os enjoos durante todo o dia.

  • Coma pouco, mas de duas em duas horas. O estômago cheio também pode levar ao enjoo já que a digestão está mais lenta.

  • Evite alimentos gordurosos, pois são de difícil digestão, alimentos muito condimentados e açúcares.

  • Evite deitar logo após comer.

  • Fundamental que esteja bem hidratada. Às vezes, água pode aumentar o enjoo. Tente colocar uma fatia de limão na água que irá beber.

  • Escreva um diário com o que te deixa enjoada e comece a evitar os principais causadores.

  • Gengibre ameniza os enjoos para muitas mulheres. Pode ser até em chá ou bala.


  • Dicas
    Para quem já ouviu falar que o gengibre é abortivo existeum estudo recente que não conclui sobre o tema mas considera relevante sua ação contra náuseas e vômitos em gestantes, recomendando o uso.

    Os tipos de alimentos que uma gestante deve consumir

    A gestante não deve comer por dois, mas consumir pelos dois os nutrientes essenciais para a saúde da mamãe e do bebê. A palavra-chave é qualidade, não é quantidade.

    Há sempre muitas dúvidas em relação à alimentação das mamães que acabam de saber que estão grávidas. Isso é normal, afinal a mãe quer gerar um filho lindo, maravilhoso e saudável. Saiba que não há uma formula mágica de “alimentação para gestante”. Existe sim muitas dicas preciosas para uma alimentação saudável durante toda a gravidez.

    Lembrando que cada mamãe tem um organismo e só o seu médico ou um nutricionista poderá recomendar uma dieta específica. Portanto, o que vale para a Maria pode não valer para a Fernanda.

    Vamos deixar claro que a gravidez não é o momento de comer tudo o que quer e a hora que quiser. A frase “agora tenho que comer por dois porque estou grávida” não é válida. Tá bom, sabemos que a fome aumenta. Se controle, mulher!!

    Diria que a melhor frase seria “agora tenho que comer pelos dois”, garantindo assim saúde para a mamãe e completo desenvolvimento do bebê. Geralmente, a mulher deve aumentar a ingestão de apenas 200 calorias após o segundo trimestre.

    Durante toda a gravidez, a mulher deve comer a cada três horas. Os especialistas recomendam uma alimentação bastante variada e colorida, incluindo seis porções diárias de pães e cereais, de preferência integrais, cinco de frutas e três a quatro porções de legumes e verduras. Além disso, carnes, leite e derivados, sempre variando para assim obter os mais variados minerais e vitaminas que mamãe e bebê precisam. Não se esquecendo de beber pelo menos dois litros de água por dia.

    O primeiro trimestre é marcado por um aumento da frequência cardíaca e volume do sangue da mamãe, fase importante de desenvolvimento de partes vitais do bebê, como o sistema nervoso. Nessa fase, a ingestão de ferro, ácido fólico e líquidos são interessantes. Isso não quer dizer que esses componentes são importantes só nessa fase, eles têm que fazer parte de toda a gestação.

    A mamãe tendo uma noção do valor de cada nutriente poderá montar pratos de acordo com o seu paladar e com a etapa da gravidez. Pegue a agendinha e anote alguns exemplos.

    FERRO: encontrado em carnes, fígado, ovos, feijão e verduras (espinafre, por exemplo). Para melhor absorção do ferro pelo organismo, consuma na mesma refeição alimentos ricos em vitamina C, como frutas cítricas e tomate, e evite alimentos ricos em cálcio, como leite e seus derivados, que diminuem a absorção.

    ÁCIDO FÓLICO: encontrado em vegetais verde escuros (espinafre, couve, brócolis), cereais e frutas cítricas. O cozimento pelo microondas e altas temperaturas destroem o ácido fólico. Prefira cozinhar no vapor. Já a partir do segundo trimestre de gestação, é hora de se reforçar a ingestão de vitaminas C (age na formação do colágeno – pele, vasos sanguíneos, ossos e cartilagem, além de fortalecer o sistema imunológico da mamãe) e B6 (importante para o crescimento e o ganho de peso do feto e a prevenção da depressão pós-parto) e do mineral e magnésio (favorece a formação e o crescimento dos tecidos do corpo).

    VITAMINA C: encontrada nas frutas como kiwi, laranja, morango, melão, melancia, mamão, abacaxi e nas hortaliça (brócolis, pimentões, tomate, couve-flor).

    B6: encontrada no trigo, milho, fígado, frango, peixe, leite e derivados, leveduras

    MAGNÉSIO: encontrada nas nozes, soja, cacau, frutos do ar, cereais integrais, feijões e ervilhas.

    O cálcio e a vitamina D devem ser reforçados no terceiro trimestre, já que o bebê começa a esgotar a reserva da mamãe. O bebê precisa para a sua formação óssea (dentes e ossos). Além disso, auxilia na contração muscular e batimentos cardíacos. Já a mamãe precisa para manter as unhas fortes, os dentes sem cáries, evitar gengivite e câimbras, além de ajudar na produção de leite após o parto.

    CÁLCIO: encontrado em leites e derivados, bebidas de soja, tofu, gema de ovo e cereais integrais.

    VITAMINA D: encontrada em leite enriquecido, manteiga, ovos e fígado. O banho de sol é essencial para que essa vitamina auxilie na fixação do cálcio nos ossos.

    Esses não são os únicos nutrientes que mamãe e bebê precisam durante toda a gravidez. Outros importantes são:

    CARBOIDRATOS: fornecem energia para a mamãe e para o desenvolvimento do bebê. Os melhores são os integrais: arroz, pães, macarrão e cereais que são absorvidos mais lentamente e por isso saciam mais a mamãe.

    PROTEÍNAS: encontradas em carnes, feijão, leite e derivados. São responsáveis por construir, manter e renovar os tecidos de mamãe e bebê.

    LIPÍDEOS: são as gorduras que auxiliam na formação do sistema nervoso central do feto. Encontrados mais em carnes, leite e derivados, abacate, azeite e salmão.

    VITAMINA A: ajuda no desenvolvimento celular e ósseo e a formação do broto dentário do feto e na imunidade da gestante. É encontrada no leite e derivados, gema de ovo, fígado, laranja, mamão, couve e vegetais amarelos.

    NIACINA (VITAMINA B3): transforma a glicose em energia, mantendo a vitalidade das células maternas e fetais e estimula o desenvolvimento cerebral do feto. É encontrada em verduras, legumes, gema de ovo, carne magra, leite e derivados.

    TIAMINA (B1): também estimula o metabolismo energético da mamãe. É encontrada em carnes, cereais integrais, frutas, ovos, legumes e leveduras.

    quarta-feira, 7 de setembro de 2011

    Dehidro-Epi-Androsterona - DHEA





    O DHEA é a “superestrela dos super-hormônios”, sugere Dr. Wiliam Regelson, oncologista do Medical College of Virginia, em Richmond, no livro Super-Hormônio: O Antídoto Natural contra o Envelhecimento (Editora Record, 1998). Ele alega que o DHEA rejuvenesce praticamente qualquer sistema orgânico, e por isso “melhora o bem-estar, a aparência e o pensamento”.

    A glândula supra-renal é responsável pela produção de DHEA. Na verdade, a cascata de hormônio da supra-renal começa com o colesterol, matéria prima para o hormônio cerebral pregnenolona. A pregnenolona é então transformada em DHEA. E o DHEA serve como matéria-prima para a fabricação de todos os outros hormônios importantes secretados pela glândula supra-renal – inclusive o hormônio do estresse cortisol. Trata-se de um esteróide natural produzido na glândula supra-renal e nas gônadas, cuja estrutura é precursora dos hormônios testosterona e estradiol, por isso também conhecido como auxiliar da fertilidade.

    O DHEA é o hormônio mais abundante no corpo humano. Mas a produção chega ao seu pico por volta dos vinte e poucos anos. Daí em diante, quanto mais envelhecemos, mais cai o nível de DHEA. Ao 40 anos, o organismo produz metade de DHEA que produzia antes. Aos 65 anos, a produção cai para 10 a 20% da quantidade ideal; aos 80, cai para menos de 5% do nível ideal.

    Devido aos efeitos abrangentes do DHEA, o declínio de sua produção se faz sentir por toda parte, em todos os sistemas, órgãos e tecidos do organismo. O sistema imunológico é especialmente sensível a menor produção de DHEA, abrindo as portas não apenas aos vírus, bactérias e outros micróbios como também aos radicais livres e à caixa de Pandora de doenças degenerativas causadas por eles.

    Diversos estudos sugerem que, quanto menor o nível de DHEA da pessoa, maior o risco de morte por doenças relacionadas com o envelhecimento. Em um estudo realizado por Elizabeth Barrett-Connor, famosa pesquisadora da área hormonal, médica, professora e chefe do departamento de medicina preventiva da Universidade da Califórnia, San Diego, monitoraram-se os níveis de DHEA em 242 homens de 50 a 79 anos de idade durante 12 anos. O estudo revelou forte correlação entre os maiores níveis de DHEA e o menor risco de morte decorrente de todas as causas. Entre os indivíduos que sobreviveram, o nível de DHEA era três vezes maior do que entre os que morreram.

    Pesquisas indicam que baixos níveis de DHEA seriam responsáveis por muitas doenças degenerativas e pelo envelhecimento acelerado. Considerou-se o envolvimento do hormônio em diversos problemas de saúde, entre eles o Mal de Alzheimer, doenças auto‑imunes e outras doenças imunológicas, o câncer, a síndrome da fadiga crônica, o diabetes, doenças cardíacas, colesterol alto, problemas de memória, obesidade, osteoporose e distúrbios provocados pelo estresse.

    E mais: indícios coletivos indiretos provenientes de mais de cinco mil estudos publicados sustentam com veemência a função antienvelhecimento do DHEA. Os cientistas hoje dispõem de provas de que o DHEA:

    Aumenta a imunidade;
    Diminui o risco de doenças cardíacas;
    Melhora o controle do açúcar no sangue, reduzindo o risco de diabetes;
    Previne e reverte a osteoporose;
    Protege contra alguns tipos de câncer;
     Reverte o efeito de aceleração do envelhecimento provocado pelo cortisol, o hormônio do estresse.

    A terapia de reposição de DHEA traz enormes benefícios à saúde e é praticamente isenta de riscos. Houve quem tomasse doses de até 1600 miligramas diariamente, durante um mês, sem reações adversas.

    A dose diária remendada varia de 10 a 50 miligramas para mulheres e de 25 a 100 miligramas para homens. (As mulheres precisam de menos DHEA do que os homens.) 

    Agora vamos falar da parte que nos interessa deste mocinho DHEA!

    Suplemento antienvelhecimento aumenta fertilidade



    Análise aponta que mulheres que realizaram tratamentos para combater a infertilidade e receberam o DHEA obtiveram o triplo de chances de conceber do que as mulheres que não receberam o suplemento

    Estudo realizado por cientistas israelenses comprovou que o suplemento antienvelhecimento DHEA, que é livremente comercializado, pode aumentar a taxa de fertilidade feminina, além de garantir uma gestação mais saudável. Os resultados foram obtidos por meio da relação entre o suplemento vitamínico e taxas de gravidez em mulheres que passaram por tratamentos de fertilidade.

    Adrian Shulman, professor e diretor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia de Meir Medical Center e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Tel Aviv, descobriu que mulheres que realizaram tratamentos para combater a infertilidade e receberam o DHEA obtiveram o triplo de chances de conceber do que as mulheres que não receberam o suplemento.

    Um grupo com cerca de 20 mulheres fez uso do hormônio diariamente, durante 40 dias antes de iniciar o tratamento contra infertilidade e, continuamente, por mais cinco meses. O grupo de mulheres que recebeu o DHEA apresentou taxa de fertilidade de 23%, contra 4% do outro grupo que não recebeu a substância. “Mais do que isso, todas as mulheres, com exceção de apenas um caso, que receberam DHEA tiveram gestações saudáveis”, completa o professor Adrian Shulman.

    O especialista recomenda às mulheres que procurem orientação médica para utilizar o suplemento aliado a tratamentos contra infertilidade. Gestantes também podem procurar informações sobre o uso do DHEA durante a gravidez para garantir um parto saudável.

    sexta-feira, 2 de setembro de 2011

    Lúpus e Gravidez - Parte III

    A portadora de Lúpus pode ter filhos? Em quais situações que sim e em quais que não?

    Sim. O índice de fertilidade e esterilidade em mulheres com LES é semelhante ao observado em grupos sem a doença.

    Hoje em dia, 50% de todas as gestações em mulheres lúpicas são completamente normais, enquanto 25% podem ter bebês pre-maturos. A perda do feto, devido a abortos espontâneos, ou a morte do bebê podem ocorrer em 15 a 25% dos casos.

    Entretanto, existem situações que podem dificultar a gravidez, como por exemplo: períodos prolongados de atividade da doença podem levar a irregularidade menstrual ou mesmo amenorréia (suspensão do ciclo menstrual por mais de 3 meses); pacientes tomando ciclofosfamida podem desenvolver falência ovariana prematura.

    Ainda hoje é recomendado à portadora com Lúpus em atividade a realizar aborto?

    Não, a paciente em atividade deve ter um seguimento médico mais frequente e receber o tratamento necessário para o controle da doença.

    A atividade da doença ou exacerbações tende a ser suave na maioria dos casos. Os sintomas mais comuns são artrite, rahs e fadiga. Aproximadamente 30% das pacientes com Lúpus vão ter uma diminuição do número de plaquetas (plaquetopenia) no sangue durante a gravidez, enquanto 20% poderão ter perda de proteína (proteinúria) na urina. A nefrite lúpica quando presente antes da concepção também aumenta as chances de se ter uma exacerbação durante a gravidez.

    É importante distinguir os sintomas de atividade do Lúpus das mudanças normais do corpo que ocorrem durante a gravidez. Por exemplo: durante a gravidez os ligamentos e estruturas ao redor das articulações podem acumular líquido (chamado embebição gravídica), e causar inchaços; estes não representam inflamação. Outro exemplo: muitas mulheres podem apresentar maior nascimento de cabelo na gravidez, seguido de uma grande queda após o parto. Embora a queda de cabelos seja um sintoma da atividade do Lúpus, é mais um resultado das mudanças que ocorrem durante uma gravidez normal.

    A gravidez numa portadora de Lúpus é considerada de alto risco?

    Sim, embora a maioria das gestações em pacientes lúpicas evoluam de forma normal, todas devem ser consideradas de “alto risco”; uma vez que a gravidez pode influenciar a evolução clínica da doença; por outro lado, no LES podem ocorrer com maior frequência, abortos expontâneos, prematuridade e bebês de baixo peso. Portanto, a gestante lúpica deve ser acompanhada de perto tanto pelo reumatologista como pelo obstetra, para que problemas possam ser prevenidos e intervenções rápidas sejam realizadas quando necessário.

    A portadora de Lúpus grávida terá o nascimento de um bebê normal ou pre-maturo?

    Atualmente 50% de todas as gestações em mulheres lúpicas são completamente normais, enquanto até 25% podem ter bebês pre-maturos.

    A portadora de Lúpus grávida terá o nascimento de um bebê com Lúpus?

    Pacientes com LES podem apresentar autoanticorpos, conhecidos como anti-Ro/SSA ou anti-La/SSb e raramente anti-U1 RNP, com capacidade de atravessar a placenta e potencialmente provocar algumas alterações no bebê conhecidas como Lúpus Neo-Natal. O Lúpus Neo-Natal não é igual ao Lúpus Eritematoso Sistêmico.

    O Lúpus Neo-Natal é uma síndrome rara, que ocorre em aproximadamente 3% das mulheres lúpicas com anti-Ro/SSA. Ele se manifesta com lesões cutâneas (RASH) passageiras, alterações na contagem de células sanguíneas e hapáticas também passageiras, e um tipo especial de anormalidade no batimento cardíaco (bloqueio cardíaco). Se a anormalidade nos batimentos cardíacos ocorrer, o que é raro, ela é permanente; mas tem tratamento. As manifestações não cardíacas são transitórias tendendo a desaparecer em aproximadamente 6 meses, quando desaparecem os anticorpos maternos da circulação do bebê.  Mesmo bebês com a anormalidade nos batimentos cardíacos crescem normalmente.

    Se uma mãe teve um filho com Lúpus Neo-Natal, há cerca de 25 % de chances de ter outra criança com o mesmo problema.

    Como deverá ser efetuado o acompanhamento da gravidez de uma portadora de Lúpus?

    Visitas frequentes ao médico são importantes em qualquer gravidez de alto risco, isso porquê muitos problemas podem ser prevenidos, ou tratados mais facilmente, se observados no início.

    Como em toda gravidez regras básicas são essenciais: comer bem e com intervalos regulares, tomar os medicamentos conforme a prescrição, não fumar, não beber. Fazer exercícios leves conforme orientação.

    O Lúpus pode provocar dano à placenta?

    Sim, a ocorrência de comprometimento fetal induzido pelo LES pode estar intimamente ligado às alterações placentárias. Estas parecem ser mais frequentes a partir da 25a semana de gestação, quando pode ser observado retardo de crescimento do bebê, redução dos movimentos do bebê, diminuição do líquido amniótico e da placenta.

    Na histopatologia (estudo do tecido placentário) pode ser observada trombose, oclusão de vasos placentários e proliferação endotelial.

    O parto de uma grávida com Lúpus pode ser normal ou tem que ser cesariana?

    A mãe lúpica pode tentar o parto normal, desde que mãe e bebê estejam bem e controlados clinicamente; no entanto, não deve ser uma preocupação excessiva, pois diante de qualquer problema a cesariana pode garantir a saúde da mãe e do filho. Quando possível procurar um hospital que disponha de uma unidade especializada no tratamento de recém-nascidos pre-maturos.

    O Lúpus pode entrar em crise quando uma portadora de Lúpus está grávida?

    Sim, a gravidez pode exacerbar o curso clínico do Lúpus em até 30 a 35% das pacientes. Quando ocorre a crise, ou seja, o Lúpus entra em atividade, esta tende a acontecer durante o primeiro ou segundo trimestre da gravidez, ou durante os dois meses imediatamente após o parto (puerpério).

    Nas pacientes em fase de inatividade da doença, a gravidez poderá não modificar o prognóstico ou mesmo o curso evolutivo do LES.

    Qual o melhor momento para uma portadora de Lúpus ficar grávida?

    Durante os períodos de remissão da doença, estudos mostram que quando a gravidez ocorre em períodos de 6 a 12 meses da doença fora de atividade a evolução é bem melhor.

    O que é toxemia da gravidez?

    A toxemia gravídica ou doença hipertensiva específica da gravidez compreende um conjunto de problemas que só acontece durante a gravidez, depois da 20ª semana. Ela engloba desde casos leves de hipertensão arterial e o inchaço no início da gestação até os quadro de pré-eclampsia, eclampsia e síndrome HELLP.

    A paciente que com pré-eclampsia desenvolve pressão alta e passa a eliminar proteína na urina. O inchaço pode iniciar nas pernas e chegar a atingir o corpo inteiro. A eclampsia é uma complicação da pré-eclampsia combinada com ataques epiléticos ou coma.

    Pode afetar até 20% das pacientes com Lúpus. Essa é uma situação séria requerendo tratamento imediato e, geralmente, um parto pre-maturo.

    Há risco de aborto espontâneo?

    Sim, a perda fetal espontânea ocorre aproximadamente ente 15 a 25% das gestações em pacientes lúpicas.

    A portadora de Lúpus pode ingerir medicamentos durante a gravidez?

    Como em toda gravidez deve-se evitar a ingestão de medicamentos sem orientação médica. De forma geral, medicamentos necessários a manutenção do tratamento do Lúpus não devem ser retirados.

    As medicações podem afetar o bebê?

    É seguro usar a maioria dos medicamentos normalmente ingeridos por pacientes com LES durante a gravidez. Prednisona, Prednisolona e, provavelmente, methylprednisolona não atravessam a placenta e são seguros para o bebê.

    Estudos sugerem que azathioprina (Imuran) e hidroxicloriquina (Plaquinol) ajudam a controlar a doença e não afetam os bebês, mas isso ainda não é confirmado. Ciclofosfamida é definitivamente nociva durante os três primeiros meses de gravidez.

    Uma paciente de Lúpus que fez uso da medicação Talidomida pode ficar grávida? Por quê?

    Não, durante o uso de Talidomida na gravidez é totalmente contra-indicada.

    No caso da paciente já ter interrompido o uso da Talidomida, o intervalo entre a retirada da medicação e a tentativa de engravidar deve ser de no mínimo 6 meses.

    A Talidomida usada na gravidez pode ter efeitos teratogênicos, ou seja, predispor a mal formações (particularmente em extremidades).

    Quais os problemas que a SAF pode trazer a gravidez de uma portadora de Lúpus?

    A Síndrome do anticorpo anti-fosfolípide (SAF) pode ser encontrada em cerca de 30% de pacientes com LES, é uma causa de trombofilia adquirida, quer dizer, tendência a eventos trombóticos. Como os anticorpos anti-fosfolípides provocam trombose placentária e vasculopatia (lesão dos vasos) da decídua não está completamente elucidado, mas podem ser causa de perda fetal.

    O maior risco de perda fetal está relacionado à presença de anticoagulantes lúpico, altos títulos de anticorpos anticardiolipina (aCL) da classe IgG, isoladamente ou associado a anticoagulante lúpico.

    A portadora de Lúpus pode amamentar o seu bebê?

    A amamentação deve ser estimulada; no entanto é necessário avaliar com o médico as medicações que estão sendo usadas, pois estas podem se concentrar no leite materno e passar para o bebê.

    No caso do bebê pre-maturo, este pode não ter força ao sugar o peito materno, neste caso a retirada do leite com auxílio de uma bombinha pode ser utilizada para alimentar o bebê.

    Lúpus e Gravidez - Parte II

    O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença crônica de causa desconhecida, onde acontecem alterações fundamentais no sistema imunológico da pessoa, atingindo predominantemente mulheres. O sistema imunológico é uma rede complexa de órgãos, tecidos, células e substâncias encontradas na circulação sanguínea, que agem em conjunto para nos proteger de agentes estranhos.

    Em cada dez portadores desta doença, nove são mulheres, e ao contrário do que se pensa é preciso tomar muito cuidado com suas consequências, que vão além do que os leves sintomas iniciais, que são os seguintes:

    - Dor e rigidez nas articulações, com ou sem inchaço;
    - Dores musculares;
    - Febre sem causa conhecida;
    - Cansaço;
    - Rachaduras na pele;
    - Anemia;
    - Problemas de raciocínio e memória;
    - Problemas renais sem causa aparente;
    - Dor no peito ao respirar profundamente;
    - Sensibilidade à luz;
    - Perda de cabelo.

    Segundo pesquisas, geralmente o Lúpus se manifesta entre os quinze e os quarenta e cinco anos de idade, mas pode acontecer antes ou depois. Além de ser uma doença que afeta em uma grande escala as mulheres, também incide muito mais entre negros do que entre brancos.

    O Lúpus Discóide se desenvolve essencialmente na pele do rosto, nuca e couro cabeludo.

    Porém, dentre os casos deste tipo de Lúpus apenas 10 % evoluem para o Lúpus Sistêmico que pode ter efeitos graves que podem ser irreversíveis, dependendo dos órgãos atingidos dentre eles o coração, pulmão, sangue e rins.

    Outras causas constatadas do Lúpus Sistêmico nas mulheres são: a cefaléia ou enxaqueca, artrite, fenômeno de Raynaud e sintomas psiquiátricos.

    Uma pessoa com Lúpus desenvolve anticorpos que reagem contra as suas células normais, ou seja, a pessoa torna-se “alérgica” a ela mesma, o que faz do Lúpus uma doença autoimune.

    O Lúpus não é uma doença comum, não é contagiosa, é causado por alterações no sistema Imunológico, por fatores ambientais (como a luz ultravioleta, presente na luz do sol e na luz das lâmpadas fluorescentes) também pela questão hormonal (nível alto de estrógenos) presente no organismo feminino e predisposição genética do paciente.

    Como citado inicialmente, o Lúpus é uma doença que pode trazer sérias consequências e riscos causando o comprometimento de órgãos vitais, mas há tratamento e quanto antes diagnosticado melhor.

    Algumas orientações importantes, para todos os pacientes com LES:

    - O uso de filtro solar e sempre evitar a exposição solar durante os períodos de maior;
    - Incidência de raios Uva (entre as nove horas da manhã e quatro horas da tarde);
    - Ter uma dieta balanceada, pobre em gordura de origem animal, frituras e rica em cálcio e derivados do leite;
    - Fazer exercícios físicos regulares, no mínimo três vezes a semana, evitando assim doenças do coração e perda de massa óssea;
    - As mulheres devem evitar o uso de hormônios estrogênios, pois podem desencadear;
    - Atividade do LES e aumentar o risco de fenômenos tromboembólicos.

     Lembre-se, sempre converse e esclareça suas dúvidas com o médico.

    Lúpus e Gravidez - Parte I

    O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória crônica de causa desconhecida em que há uma participação do sistema imunológico com a formação de autoanticorpos, que podem “agredir” o organismo através de inflamação de múltiplos órgãos e sistemas. É uma doença que até o momento não tem cura, embora o avanço tecnológico farmacêutico nos traga muitas esperanças alentadoras. É mais frequente em mulheres na época do período fértil que compreende teoricamente da primeira até a última menstruação e, portanto a ação do hormônio sexual feminino chamado estrogênio desempenha um papel no desenvolvimento e recaídas da doença. Estima-se que nesta faixa etária 90% dos casos ocorram em mulheres. Nos períodos da pré e pós menopausa as incidências entre homens e mulheres tendem a se aproximar.

    Até o momento não há evidência de que a causa seja psicossomática, a causa é desconhecida. O estresse psíquico de qualquer natureza pode piorar a doença, mas este conceito vale para todas as doenças crônicas, e cada caso deve ser individualizado e a familiarização na relação médico-paciente ajuda nesta abordagem.

    Não temos dados do número de casos de LES em nosso meio. Pode-se estimar uma incidência de 0,2 a 0,3% da população.

    Até o advento da corticoterapia na década de 1940 não havia tratamento com alguma eficácia para o LES. Até essa época podia-se encontrar como definição de doença fatal de mulher jovem. Tem sido observado que a sobrevida do LES tem melhorado significativamente nas últimas décadas e este fato está associado ao uso de imunossupressores. Pode parecer paradoxal já que o uso de imunossupressores (IS) aumenta o risco de infecção. Há avanços recentes no conhecimento de novos IS além de outra categoria de medicamentos chamados de imunobiológicos, e as perspectivas são muito boas.

    O paciente com LES pode manifestar diferentes manifestações na pele, algumas clássicas como asa de borboleta no rosto, o aumento da fotossensibilidade, lesões bolhosas, lesões ulceradas dentre muitas outras.

    Há um problema no sistema imunológico, mas este fato não aumenta a chance de alergias, o que ocorre é que a formação de anticorpos, uma parte desses, se volta contra o paciente. É importante ressaltar que nem todos que produzem autoanticorpos desenvolvam doença autoimune.

    Quando os autoanticorpos são patogênicos o tipo de lesão que ocorre nos órgãos é uma inflamação, que tem extensão e gravidade variáveis. Um dos órgãos que pode ser afetado pelo LES é o cérebro e, portanto as manifestações neurológicas e psiquiátricas são esperadas em alguns casos.

    Doenças autoimunes

    A principal função do sistema imune é a defesa contra microorganismos invasores. A organização é semelhante à de um exército, com células especializadas para diferentes funções como neutralizar, mandar mensagem, inibir e matar. Os soldados são os leucócitos e células do sistema mononuclear fagocitário, como macrófago. Existem ainda barreiras naturais (pele, saliva, etc) que se forem vencidas levam a uma outra etapa de defesa que é a inflamação. Caso essa resposta não seja eficiente para resolver o problema o sistema imune utiliza mecanismos mais especializados para proteger o organismo que é a resposta imune específica (linfócitos e autoanticorpos).

    As doenças autoimunes sistêmicas têm causa desconhecida e são caracterizadas por envolvimento de vários órgãos e por uma resposta imune específica alterada. Nesses pacientes o sistema imune agride o próprio organismo, levando a disfunção de órgãos ou sistemas. É importante ressaltar que essas doenças não são contagiosas.

    O diagnóstico dessas doenças é difícil, pois as manifestações são variáveis, dependem dos órgãos envolvidos e em geral aparecem ao longo do tempo. Entre as principais doenças autoimunes temos:

    1) Lúpus Eritematoso Sistêmico é um distúrbio inflamatório crônico e multissistêmico que ocorre predominantemente em mulheres na idade fértil. A pele e articulação são os envolvimentos mais frequentes e os mais graves são rim e sistema nervoso. Outros órgãos e sistemas podem ser acometidos pela doença.

    2) Artrite Reumatóide é uma doença que acomete mais a mulher e se caracteriza  por artrite simétrica principalmente em mãos, punhos, pés e joelhos que pode levar a destruição progressiva das estruturas articulares resultando em deformidades. Muitas vezes é acompanhada de sintomas sistêmicos.

    3) Síndrome de Sjogren é uma doença sistêmica crônica caracterizada pela diminuição de secreção das glândulas mucosas causando secura da boca, olhos e outras mucosas. Faz parte do quadro artrite.

    4) Polimiosite de Dermatomiosite são doenças raras caracterizadas por alterações inflamatórias no músculo e pele. As manifestações incluem fraqueza muscular e lesão de pele característica na dermatomiosite.

    5) Esclerose Sistêmica é uma doença crônica caracterizada por fibrose difusa, alterações vasculares em pele articulações e órgãos internos. Os sintomas mais comuns são fenômeno de Raynaud, disfagia, espessamento de pele e poliartralgia.

    A influência emocional em doenças autoimunes é demonstrada pela ativação ou desencadeamento do quadro em períodos de “stress”, não se conhece, no entanto, o(s) mecanismo(s) envolvido(s) nesse processo.  Outros fatores que podem piorar essas doenças são luz ultra-violeta (exposição solar) e infecções virais.

    Os medicamentos usados para tratar o LES variam desde analgésicos simples até medicamentos mais fortes como os imunossupressores. O reumatologista é o médico que deve orientar esse tratamento eventualmente recorrendo, em algumas circunstâncias, ao apoio de outras especialidades. Os anti-inflamatórios chamados não-hormonais (diclofenaco, ibuprofen, naproxeno, etc) são frequentemente usados, porem cuidado deve ser tomado devido a eventuais efeitos colaterais como gastrite, úlcera e inflamação renal(nefrite). Seu uso, bem como de todos os outros medicamentos, deve sempre ser orientado por médico, nunca usado por conta própria. O uso dos antimaláricos (cloroquina e hidroxicloroquina) é extremamente útil no controle das manifestações de pele e articulares da doença.

    Outros medicamentos muito usados e úteis, quando orientado por reumatologista, são os anti-inflamatórios chamados hormonais (corticosteroides) Seu uso é muito comum para tratar a atividade da doença e, devido aos potenciais efeitos colaterais (hipertensão, diabetes, osteoporose, aumento de peso, etc, etc, etc…), deve ser usado com orientação do reumatologista por tempo o mais breve possível. Nos casos mais graves ou para reduzir mais rápido os corticosteroides, são utilizados os imunossupressores. Esses medicamentos são usados para diminuir a produção dos anticorpos citados no tópico Definição. Essas drogas têm muitos efeitos colaterais (alergias, infecções graves, etc) e são úteis somente quando o tratamento é orientado por médico, nunca por conta própria. Medidas gerais de orientação de hábitos como parar de fumar, parar de beber álcool, exercícios nos períodos de remissão da doença, dieta saudável, protetores solares são sempre úteis no tratamento. O controle da pressão, dos níveis de colesterol, do stress, da vida sedentária é muito importante.

    A sexualidade, mais por fatores psicológicos do que físicos ou medicamentosos, pode estar afetada. Eventualmente, por problemas associados a medicamentos ou à própria doença, pode ocorrer ressecamento de mucosas, inclusive vaginal, prejudicando o ato sexual. Existem cremes hidratantes que podem auxiliar e o paciente deve discutir esse assunto abertamente com o seu médico. Toda alteração de mucosas em órgãos sexuais deve ser comunicada ao médico para um pronto tratamento, muitas vezes com especialista apropriado. Alguns medicamentos, principalmente os imunossupressores podem causar infertilidade ou menopausa precoce. O exemplo desses medicamentos é a ciclofosfamida, devendo o paciente estar ciente. A maioria desses imunossupressores também é prejudicial ao feto. Logo, quando do seu uso, a anticoncepção deve ser feita e somente interrompida com ordem médica.

    domingo, 21 de agosto de 2011

    Prolactina Alta X Gravidez

    Prolactina Alta ou Hiperprolactinemia trata-se do excesso de produção do hormônio Prolactina. A dosagem do hormônio prolactina deve ser realizada em todas as mulheres não grávidas nem amamentando que apresentarem galactorréia (presença de leite), distúrbio menstrual ou infertilidade. Nos homens a hiperprolactinemia acarreta distúrbios severos por entrar em choque com a produção de testosterona.

    Para evitar falso diagnóstico de hiperprolactinemia, a dosagem deve ser feita em várias amostras, após o paciente estar acordado por algumas horas, em repouso num ambiente tranqüilo por pelo menos 30 minutos.

    CAUSAS
    1 - Fisiológicas (consideradas normais):

    - Gravidez e amamentação
    - Estresse, sono, exercício: o hormônio Prolactina sofre alterações ao longo do dia, sendo mais elevado durante o sono e também em função de exposição a estresse ou a exercícios.

    2 - Farmacológicas (devido a medicamentos):
    Inúmeros medicamentos são responsáveis pelo aumento da prolactina, dentre eles os antipsicóticos, os antieméticos, os antidepressivos, a ranitidina e a cimetidina, os opiáceos, os antihipertensivos, os estrógenos (o que inclui alguns anticoncepcionais), dentre outros, incluíndo drogas de uso ilícito.

    3 - Macroprolactina:
    Pessoas com macroprolactina podem apresentar elevadas taxas de prolactina sem que por isso apresentem sintomas, portanto, em geral, não precisarão de tratamento.

    Daí a importância de se avaliar a macroprolactina ao se encontrar acidentalmente taxas elevadas de prolactina.

    Entretando, caso sintomas de hiperprolactinemia sejam encontrados em pacientes com macroprolactina, deve ser investigado um segundo fator de aumento da prolactina associado.

    4 - Patolóticas:

    4.1 - Doenças Sistêmicas:
    Os níveis de prolactina costumam estar abaixo de 100 ng/ml.

    - Hipotiroidismo: O próprio tratamento adequado do hipotiroidismo deve normalizar a prolactina.

    - Síndrome dos ovários policísticos: Pode ocasionar um pequeno aumento da prolactina que cede com o tratamento da síndrome.

    - Insuficiência Adrenal Primária: cede com terapia de reposição de glicocorticóides

    - Outras: falência renal; cirrose; lesões irritativas da parece torácica como as causadas por herpes zóster, toracotomia, mastectomia e queimaduras; eplepsia e lesões do cordão medular.

    4.2 - Doenças Hipotalâmico-Hipofisárias:
    Uma vez confirmada a hiperprolactinemia é importante à realização de Ressonância Magnética da hipófise (situada no crânio) para diagnosticar presença de tumor benigno ou outras alterações na mesma, especialmente quando valores elevados são encontrados.

    - Prolactinomas (Adenomas secretores de Prolactina): São a causa mais comum de hiperprolactinemia patológica. Representam 40% a 50% de todos os adenomas hipofisários. Podendo dividir-se em microprolactinomas (microadenomas) e macroprolactinomas (macroadenomas). Os microprolactinomas representam 65% a 70% dos prolactinomas.

    Os microadenomas são tumores menores que 1cm e restritos a sela túrcica, enquanto os macroadenomas tem a partir de 1cm de diâmetro e podem provocar invasão de estruturas vizinhas e destruição das células ósseas. Raramente os microadenomas transformam-se em macroadenomas.

    Os valores séricos de prolactina dos macroprolactinomas costumam a estar acima de 200 ng/ml. Já nos microprolactinomas os valores costumam a apresentar entre 100 ng/ml e 200 ng/ml, podendo estar abaixo de 100ng/ml.

    O tratamento dos prolactinomas, tanto micro quanto macro é realizada através de medicamentos.

    - Adenomas Mistos (secretores tanto de prolactina quanto de outros hormônios): relacionados à acromegalia, doença de cushing e hipertiroidismo tsh-dependente nesta ordem de freqüência.

    A causa tanto dos prolactinomas quanto dos adenomas mistos ainda é de origem desconhecida.

    - Pseudoprolactinomas (comprometimento da haste hipofisária ou do hipotálamo): Os valores são geralmente inferiores a 150 ng/ml. Não respondem a tratamento através de medicamentos.

    - Doenças infiltrativas e inflamatórias, sela vazia e causas pouco frequentes.

    - Incidentalomas: Imagem compatível com um prolactinoma, porém detectada acidentalmente.


    MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

    1 - Efeitos Diretos:

    - galactorréia (presença de leite): Nem todos os pacientes com hiperprolactinemia apresentam galactorréia (especialmente os homens) e a quantidade de leite tampouco é um bom marcador do nível de prolactina.

    - hipogonadismo

    Nas mulheres pode manifestar-se por: fase lútea (fase pós-ovulatória) curta, anovulação, infertilidade, oligomenorréia, amenorréia, diminuição da libido, menor lubrificação vaginal, seborréia, hirsutismo moderado, dispauneria (dores durante o ato sexual) e abortos espontâneos recorrentes.

    Nos homens pode ocasionar disfunção erétil, diminuição da libido e infertilidade (oligospermia e diminuição do volume ejaculado). Pode também ocasionar ginecomastia (desenvolvimento excessivo das mamas no homem), redução no crescimento de pêlos, hipotrofia muscular e aumento da gordura abdominal.

    Uma das principais conseqüências do hipogonadismo é a diminuição da massa óssea levando a osteopenia e osteoporose.

    O hipogonadismo normalmente cede com os níveis de prolactina normalizados.

    - manifestações psicológicas: ansiedade, depressão, fadiga, instabilidade emocional e irritabilidade.


    2 - Efeitos Secundários e Lesões Estruturais:
    - Cefaléia: Podendo ser causada tanto por microadenoma quanto por macroadenoma. Na maioria dos casos a cefaléia tende a regredir com a normalização dos níveis de prolactina.

    - Manifestações Neuro-Oftamológicas: Alterações visuais entre outras. Ocorrem em macroadenomas, quando o tumor cresce comprimindo ou invadindo estruturas vizinhas.

    - Hipopituitarismo: deficiência de outros hormônios da hipófise em macroadenomas por compressão hipofisária ou por desconexão hipotalâmica.


    TRATAMENTOS
    O tratamento visa normalizar os níveis de prolactina e no caso de prolactinomas também diminuir ou estabilizar o tamanho do tumor.

    O tratamento é quase sempre através do uso de medicamentos, como a cabergolina (Dostinex) e a bromocriptina (Parlodel). Existindo também em casos específicos a cirurgia hipofisária e radioterapia.


    GESTAÇÃO
    Ocorrendo gravidez pode-se suspender o medicamento na hiperprolactinemia de causa funcional ou por microadenoma. A amamentação também não trás riscos expressivos.

    Já no caso de macroadenoma não existe consenso médico sobre a conduta a ser utilizada. Alguns médicos optam pela manutenção dos medicamentos durante a gestação e contra indicam a amamentação.


    BIBLIOGRAFIA

    - Hiperprolactinemia – Causas e Manifestações de Hiperprolactinemia
    Mauri José Piazza
    Cezar Luiz Boguszewski

    - Armadilhas no Diagnóstico da Hiperprolactinemia
    Lucio Vilar
    Luciana A. Naves
    Mônica Gadelha

    - Síndrome Hiperprolactinêmica e Prolactinomas
    Mirta Knoepfelmacher

    - Hiperprolactinemia
    Aloísio José Bedome
    Cristina Laguna Benetti Pinto

    Biometria fetal através do Ultra-Som

    A ultra-sonografia tem sido um exame complementar importante na avaliação do crescimento fetal, sendo esta uma das suas principais indicações na obstetrícia. No pré-natal de baixo risco, o valor da ultra-sonografia como rotina, tem sido muito questionado e é mérito de debate em todo o mundo.

    Abaixo, para as mamães preocupadas, estão as tabelas com as medidas fetais para correta datação da gestação e para o acompanhamento do crescimento fetal.


    1. Medidas do comprimento cabeça-nádega (CCN) para determinação da idade gestacional


    sexta-feira, 12 de agosto de 2011

    Placentação - Tipos Principais de Implantação

    A placenta é a estrutura responsável pela troca de gases, nutrientes e outras substâncias entre a mãe e o feto durante toda a gravidez. Portanto, ela é uma das primeiras estruturas a se formarem. Ela geralmente se implanta e cresce na região mais alta do útero, logo abaixo da saída da trompa onde ocorreu a fecundação. No entanto, ela pode se fixar em outras regiões do útero e ocasionar preocupações com a gravidez. É o caso, por exemplo, da placenta que se implanta muito baixa ou, mais grave ainda, quando se fixa em torno do orifício de saída do útero. A complicação mais perigosa à mãe e seu bebê é o risco de sangramentos que podem ocorrer durante a gestação.
     
    Fúndica
    Esta é a região mais alta do útero, próxima aos orifícios de saída das trompas de Falópio ou tubas uterinas. É através destes condutos que o ovo chega ao útero e se implanta para iniciar o desenvolvimento do saco gestacional. É o local mais comum e mais seguro para o desenvolvimento da placenta.

    Prévia completa simétrica
    O nome se deve à posição da placenta, que obstrui o canal cervical completamente, com seu volume distribuído maneira uniforme.

    Prévia completa assimétrica
    Nesta situação, a placenta obstrui o canal cervical completamente, mas de maneira não uniforme. Observe que, no exemplo, a placenta está situada na porção posterior do útero.
    Clique na área piscante da figura entre o útero e a bexiga.
    Em úteros que sofreram cesária anterior, se a placenta se implantar sobre a área da cicatriz, poderão ocorrer problemas. A placenta poderá se infiltrar através da cicatriz cirúrgica e invadir o miométrio, chegando até a penetrar órgãos adjacentes como a bexiga. Este fenômeno é chamado de acretismo placentário e implica em cuidados especiais como acompanhamento pré-natal intensivo e parto com assistência mais complexa

    Prévia parcial
    Nesta situação, a placenta obstrui apenas parcialmente o canal cervical.

    Prévia marginal
    Este é o nome dado à placenta cujo limite inferior se encontra próximo ao orifício cervical, sem obstruí-lo, porém. Pode ser chamada de implantação baixa simplesmente.

    Observação
    Embora os critérios para definição dos principais tipos de implantação placentária sejam claros, existe uma grande variedade na maneira de nomeá-los.