Depois do segundo aborto, disse para mim mesma: CHEGA!!!
Fui em busca de um Ginecologista especializado em Reprodução Humana, que até hoje é um anjo que Deus enviou pra mim!
O primeiro conselho que ele me deu foi me prevenir até diagnosticarmos as causas dos abortos, eu estava me prevenindo com preservativo, mas infelizmente por obra não sei de quem e intervenção não sei do que eu engravidei neste meio e perdi pela treceira vez.
A investigação se iniciou com uma conversa sobre as semanas de gestação que perdi, as formas com que ocorreram e à partir daí ele me passou os exames a fazer.
Vou falar um pouquinho sobre aborto de repetição para que entendam melhor do que estou falando.
O aborto de repetição é caracterizado quando há perda de três gestações seguidas, com o mesmo parceiro. Se a mulher tem mais de 35 anos, dois abortos em sequência já podem indicar o problema. O aborto pode ocorrer até a vigésima semana de gravidez, mas normalmente ocorre antes de completarem 12 semanas, no meu caso foi com 8, 6 e 5 semanas respectivamente. Cerca de 0,5% dos casais sofrem com esta dificuldade, pois é, fui me encaixar bem nessa porcentagem.
As causas dos abortos de repetição podem ser das mais variadas, e pode uma pessoa apresentar até mais de uma causa, são elas:
- Causas genéticas;
- Causas uterinas;
- Causas imunológicas;
- Causas autoimunes;
- Causas hematológicas;
- Causas hormonais e infecciosas.
Causas Uterinas: Alterações da cavidade uterina podem impedir o crescimento da gestação. Existem malformações da cavidade uterina que são incompatíveis com a evolução de uma gravidez. Patologias como os miomas, pólipos e processos inflamatórios também podem agir desta forma. O exame para avaliação da cavidade do útero é a histeroscopia, onde é possível ter a visão direta da cavidade uterina. Em geral, os abortos mais tardios estão relacionados com malformações uterinas, como o útero didelfo (dois úteros formados por dois cornos uterinos e dois colos), o útero bicorno (dois corpos uterinos em um só colo), o útero septado (com um fenda na cavidade uterina) e incompetência cervical. No meu caso realizei uma Histeroscopia após o terceiro aborto e foi diagnosticado sinéquias uterinas, as sinéquias uterinas ocorrem principalmente como conseqüência de processos infecciosos intra-uterinos ou após procedimentos cirúrgicos, como a curetagem uterina. As sinéquias estão também associada a alterações da capacidade reprodutiva, manifestada por infertilidade ou mesmo abortamento habitual.
Causas imunológicas: Uma gestação é formada pela junção de partes do componente genético do marido com partes da mulher. O feto formado a partir de então será um ser com constituição imunológica diferente do pai e da mãe. Quando uma gravidez se instala, o feto passa a fazer parte do organismo da mãe, como um órgão transplantado. Habitualmente, quando o sistema imunológico entra em contato com um corpo estranho, desenvolve anticorpos específicos. Mas, durante a gravidez, o sistema imune 'tolera' esta situação. E um mecanismo ainda desconhecido faz com que o sistema imunológico não rejeite a gravidez. Quando o organismo rejeita a gravidez, esse tipo de aborto se chama alo-imune, e o problema deve ser identificado e tratado antes da mulher engravidar. A genotipagem, ou seja, a pesquisa genética, mostra se há compatibilidade entre marido e mulher. Quanto maior for a compatibilidade genética, maior o risco de aborto. O ideal é que os dois sejam bastante incompatíveis, do ponto de vista genético. O tratamento do problema consiste em sensibilizar a mãe com os antígenos do marido por meio da infusão de leucócitos paternos antes da gravidez, para que ela crie anticorpos e reconheça o embrião quando for implantado em seu útero, já que ele carrega características genéticas do pai. Nem todos os especialistas aceitam esse tipo de tratamento, questionam em como ficará a imunidade da mulher após o tratamento.
Causas autoimunes: Existem casos em que o indivíduo pode desenvolver anticorpos contra os próprios tecidos ou órgãos, esta alteração dá origem às doenças autoimunes, como o lupus sistêmico. Muitas mulheres podem ser assintomáticas durante a vida normal, mas no momento de uma gravidez podem exacerbar este problema, vindo a desenvolver uma desta síndromes. O mecanismo pelo qual o organismo induziria o aborto se explica pelo acúmulo destes fatores, causando alterações da coagulação, trombose das veias da placenta e mau funcionamento do tecido placentário. Há a possibilidade, por meio de exames de sangue de detecção das alterações autoimunes. O tratamento, normalmente, se baseia no uso de anticoagulantes. Mas, para cada alteração há uma indicação terapêutica própria.
Causas hematológicas: Alterações dos fatores de coagulação do sangue podem aumentar na sua intensidade diante de situações hormonais especificas. Durante a gravidez, com a modificação hormonal do corpo, o sistema de coagulação pode se modificar. Se uma mulher tem esta tendência ou deficiência poderá desencadear uma trombose placentária, o que levará a um desenvolvimento diminuído do feto ou mesmo morte fetal, com conseqüente abortamento. O diagnóstico deste problema é feito por uma série de testes de coagulação. O tratamento pode englobar desde a prescrição de aspirinas até o uso de anticoagulantes injetáveis. Esse foi um outro diagnóstico nas minhas investigações, a pessoa que o tem a deficiência de aticoagulantes no sangue é portadora de Trombofilia, mas quero abrir um tópico mais pra frente para falar somente sobre isso, pois nem todos os médicos solicitam a pesquisa desta deficiência, e quando ela é tratada desde o início da gestação pode-se evitar muitas complicações.
Causas Hormonais e Infecciosas: Estas são causas, que durante muitos anos, foram as únicas para explicar a origem dos abortamentos. Toxoplasmose, brucelose e outras infecções podem ser consideradas como causadoras de um aborto, mas nunca da repetição destes. A doença, na sua forma ativa, pode provocar aborto, mas após a cura, não deixa seqüela que faça a repetição das perdas.
Os hormônios também são comumente apontados como causadores do abortamento. As deficiências na ovulação e na produção de progesterona levam à dificuldades ou à impossibilidade de engravidar. Para que uma gravidez se instale é necessário um índice hormonal adequado, produzido pelo ovário, estimulado pela placenta. É por incrível que pareça eu também tenho deficiência na produção de Progesterona na fase após a ovulação do ciclo menstrual, ou seja, sou prova viva de que podemos ter mais de uma causa para os abortos de repetição, por isso é tão importante investigar todas, e não parar quando encontramos a primeira.
Devido a ser um novo campo de estudo entre os Médicos, ainda existem situações em que não é possível estabelecer a causa de uma perda gestacional repetida, e nesses casos infelizmente temos que nos cercar de todos os lados quando engravidarmos e pedir aos céus que abençoem nossas gestações.
Sei bem como é tbm perdi três e não sei mas oque fazer
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